O DRONE E O MATUTO
Renato Ferraz
Seu Chico mora na zona rural. Perguntei-lhe sobre a situação atual
Respondeu-me que a vida já foi pior. Embora pudesse ser ainda melhor.
Mesmo sem ter estudado. Seu Chico é um homem informado
Deve ao rádio parte da instrução. Ainda assim, com alguma limitação
Vive atento às notícias da televisão. Discute e pergunta, se não tem compreensão
A sua experiência de vida o fez ser respeitado. Seu Chico é carismático, gentil e educado,
Seus olhos brilham e responde com facilidade. Sempre que querem saber da última novidade
Sente prazer, responde como um bom orador. É admirado, humildemente, por cada morador
Seus vizinhos gostam de uma boa diversão. Comem e bebem com bastante animação.
Da última vez, perguntaram-lhe curiosos. Sobre as últimas invenções dos estudiosos
Ele não se fez de rogado e começou a discursar. Eu vou contar, mas vocês não vão acreditar!
Inventaram um avião que não precisa ser pilotado. Lá de cima ele fotografa tudo, feito um danado
E não se espantem, até terrorista consegue matar . Matou um tal Bin Laden, vocês devem ter ouvido falar
Estavam curiosos pelo nome da máquina possante. Na imaginação seria um foguete ou algo gigante
Seu Chico puxou o nome lá do fundo do pulmão. Pronunciou que era drone o nome daquela invenção
E que o aparelho era por um controle remoto guiado. Assim, a cada detalhe, todos ficavam admirados
Falou que as fotografias eram coisa do outro mundo. E que a máquina era poderosa, em tudo ela ia fundo
Perguntaram mais sobre o que o drone podia fazer. Seu Chico falou que até incêndio ele sabia combater
Não seria exagero aquilo um exagero, perguntou um rapaz. É não! quanto mais difícil for, aí é que ele faz
Falar sobre o drone deixava Seu Chico emocionado. Ele enche o peito e sente-se como se o tivesse inventado.
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