O CINEMA DURANTE OS ANOS 60 E 70
Renato Ferraz
A cidadezinha onde eu nasci, em 1958, tinha dois cinemas. Depois fui morar, aos 11 anos noutra cidade maior, que tinha 5 cinemas.
Em ambas, havia poucas opções de lazer; por isso a importância daquelas simples salas cinematográficas que eram tão movimentadas.
Aos domingos havia várias sessões com horários seguidos. Meio dia passava o primeiro filme. Durante a semana, eu e os colegas mais próximos
já combinávamos na escola como seria feita a programação do domingo. Ficávamos ansiosos para que chegasse logo o fim de semana.
Mas tinha que antes fazer todos os deveres de casa e tarefas para na segunda-feira mostrar ao professor para correção.
Também era na segunda-feira que fazíamos os comentários dos filmes e de alguma resenha que sempre tinha entre nós.
Eu lembro que iam muitos casais de namorados assistirem ao filme. Afinal era no escurinho do cinema que se tinha
um pouquinho de privacidade para um beijo e um carinho a mais. Eu gostava muito de filmes de cowboy.
Na época tinha muito filme bom de faroeste. Atores como Franco Nero, Giuliano Gema e Terence Hill,
Fernando Sancho, Bud Spencer e tantos outros, faziam sucesso. Os filmes O Dólar Furado, Tarzan e Django foram os que mais gostei,
inclusive os assisti mais de uma vez. E sabe como é, quando a gente já sabe o que irá se passar, sente emoção em contar. E quem ainda não assistiu não gosta de saber.
As cadeiras não eram confortáveis, e algumas eram até um pouco barulhentas O filme Dio come ti amo! foi muito comentado e
a primeira pergunta era se a pessoa chorou ou não. E a gente menino machão às vezes negava e falava grosso que homem não chora!
Era uma diversão entrar com pipoca, chiclete ou balas para se entreter durante a duração do filme. De vez quando tinha interrupção da sessão,
pois dizia-se que quebrou a fita! Era quando assoviavam, davam vaias e alguns casais de namorados não gostavam, principalmente quando demorava a voltar.
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