| MERCADO DA CIDADE 
 
 Renato Ferraz 
 
   
 
 No mercado público municipal vende-se de tudo, nesse local. Quase sempre é uma tradição que passa de geração a geração Em geral, tudo ali é mais barato 
 
 É estressante, mas não é chato  Tem gente para lá e para cá, de todo tipo Dos ambulantes só se ouve o grito Há também o local da comida e da bebida 
 
 E os bêbados com aparência mal dormida. Alguns clientes chegam logo bem cedinho. Alegam que sentem falta daquele burburinho 
 
 Anuncia-se café, sopa e cuscuz com bode assado. Mas o pastel com caldo de cana é o mais solicitado.Certo dia “jambre” (jambo) me ofereceram.  
 
 Eu comprei mesmo assim e meus filhos comeram . O vendedor anunciava a sua mercadoria. Vendia colchas e sua propaganda fazia.  
 
 Uma senhora na mesma hora ovos ofertou. O homem quando a viu, a reconheceu e falou. É, a senhora outro dia nos ovos me pegou. 
 
  Mas deixe para lá, aquele dia já se passou. Ela devolveu, o senhor não se faça de trouxa. Lembra que também me pegou nas colchas? 
 
  Um rapaz vendia cordas e tocava uma buzina. Olhe a corda em promoção, a grossa e a fina. A grossa é melhor, o teste é a sogra amarrar.  
 
 A fina também amarra, mas ela pode se soltar. A música brega ali é a mais tocada. Fala-se de tudo, inclusive da mulher amada.  
 
 Os assuntos mais abordados são paixão e ilusão. Ou seja, o órgão mais sensível é mesmo o coração. Alguns clientes preferem na hora da xepa aparecer.  
 
 Fica tudo mais barato e a ordem é vender. Oferecem milho verde, ovos e macaxeira. O preço baixo é ilusão, se não tiver bom, não queira.  
 
 No quiosque que vende folhas, raízes chá milagroso. O vendedor dá a solução para o problema sexual do esposo. Tem mercados limpos e até mais organizados 
 
 Outros que estão precisando de maiores cuidados..  
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