Usina de Letras
Usina de Letras
357 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62598 )
Cartas ( 21339)
Contos (13279)
Cordel (10457)
Crônicas (22550)
Discursos (3245)
Ensaios - (10504)
Erótico (13582)
Frases (50963)
Humor (20095)
Infantil (5518)
Infanto Juvenil (4843)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1377)
Poesias (140995)
Redação (3332)
Roteiro de Filme ou Novela (1064)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1963)
Textos Religiosos/Sermões (6273)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Distraidamente, distraído -- 06/12/2022 - 08:54 (AROLDO A MEDEIROS) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Distraidamente, distraído

Aroldo Arão de Medeiros

Para contar todas as peripécias, amores e desamores do Sargento de Milícias Martinho José Ferreira seriam necessários muitos livros. Seriam folhas não lidas, mas degustadas como se fossem gostosos bombons. Se estivéssemos lendo na cama, o sono tardaria a chegar. Se estivéssemos no avião, a viagem se tornaria muito, muito rápida. Já o autor de A rainha da bateria proferiria: “De avião é daqui pra ali, pela estrada é de lá pra cá”. 

Se eu moro no sertão e me mudo para a cidade eu tenho que me adaptar. Não esqueço minhas raízes, mas sem querer modifico o meu modo de vestir, meu sotaque, minhas diversões. Tudo muda na minha vida, pois tudo à minha volta é diferente. O Sargento vira sambista. O compositor do Boca do Mato vira dono de botequim. Pensando alto ele fala: “Deixei meu lugar para me cariocar”. Ele, nessa carioquice conquistou muitos amores. Todos lhe deram prazer e carinho. Morou com elas e dentro delas. Acredito que ele está enganado quando diz: “Dentro de alguém ninguém mora”. 

Quando há um amor verdadeiro a gente não paga aluguel. Mora dentro dela e ela dentro da gente. Não pagamos aluguel quando amamos e somos correspondidos. Quando ela tem outro amor, não nos vê. Coitados de nós. Não há dinheiro que a compre, por isso, no ritmo do samba, cantemos: “Dinheiro, pra que dinheiro? Se ela não me dá bola”. 

Ela passa, toda cheia de graça, rebolando e insinuando toda a sensualidade. Linda e com um olhar sorrateiro, dizendo para si: “Não sou para o seu bico” e então eu e o homem que veio dos arredores de Cantagalo e Teresópolis ficamos falando sozinho: “Distraidamente distraído”.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui