Milagres acontecem
Aroldo Arão de Medeiros
Quando resolvi escrever sobre algo que é considerado um milagre pela pessoa que me narrou, e que eu também o considero, não sabia que a padroeira do Brasil havia realizado alguns que, através de pesquisas, passarei a narrar resumidamente.
O primeiro êxito conseguido foi a pesca milagrosa. O rio não estava para peixe, mas depois que os pescadores encontraram a imagem da boa senhora, encheram o barco de peixes e tiveram que fazer várias viagens até a margem para levar a safra obtida.
Em outro episódio, fiéis relatam que se reuniam para rezar aos pés da imagem e certo dia as velas se apagaram sem ninguém assoprar ou sequer sentirem vento algum. Uma senhora levantou-se para acendê-las e as velas voltaram a alumiar o recinto.
O terceiro foi da menina cega. Com deficiência visual congênita, ou seja, desde o nascimento, a menina pediu para a mãe levá-la até Aparecida para rezar para a benevolente imagem. Antes mesmo de chegarem ao destino, ela enxergou a capela dedicada à rainha do Brasil. Desse momento em diante ela pode ver o mundo como nem imaginava que fosse.
O escravo Zacarias fugiu das surras que levava e foi arrastando as correntes no chão até a santa. Rezou e as correntes se partiram, libertando-o.
Um homem não tinha fé na santa e tentou entrar na igreja montado a cavalo. O mesmo empacou e essa história foi mais uma vitória atribuída à santa.
Por último um menino de três anos estava brincando às margens do Rio Parnaíba quando caiu na água. Familiares rezaram para Nossa Senhora Aparecida e o menino subiu à tona, Resgataram-no e perceberam que ele não engolira uma só gota d’água.
Dia doze de outubro, além de festejarmos o dia das crianças, no Brasil essa data é consagrada a Nossa Senhora Aparecida, a Padroeira do Brasil. Na comunidade em que mora o casal Adilton e Edilene, nos finais de semana e feriado, na igreja local, a imagem da santa é venerada. Adilton e Edilene foram de manhã à missa, mesmo com forte chuva. Não mediram esforços para rezar para a santa, fazendo pedidos e agradecimentos. Depois das orações resolveram ir visitar o pai de Adilton. Ao atravessarem a ponte Anita Garibaldi viram um senhor caminhando, sob forte chuva e vento. Esse homem estava trajado com roupas normais para um septuagenário e segurava um boné que ameaçava voar. Edilene ficou preocupada com a sorte do infeliz e tanto insistiu que Adilton fez a volta no carro e foram ver se ainda encontravam aquele que objetivavam resgatar. Atravessaram mais uma vez a ponte e, ao retornarem, visualizaram o idoso e pararam o carro. O homem se opunha a embarcar porque estava muito molhado e não queria encharcar o veículo. Depois de tanta insistência e argumentação conseguiram que ele entrasse no carro.
Perguntado sobre a procedência, o cidadão repetia que era de Coral. Conhecedores da região, nunca ouviram falar naquele nome. Faziam perguntas e ele respondia com sentidos incompreensíveis, sempre repetindo que era de Coral. Tocaram o carro para Laguna. Por sorte avistaram uma agropecuária com as portas abertas, o que os empolgou, pois jamais imaginaram uma casa comercial atendendo fregueses no feriado. Adilton desceu sozinho para que Edilene fizesse companhia para o homem. Entrou na loja e foi atendido por uma senhora que estava conversando com um freguês e amigo da família. Expôs a situação e ambos não tinham conhecimento da existência da localidade de Coral, pela redondeza. Mas uma luz surgiu no fim do túnel, o marido da proprietária do estabelecimento, era policial e estava de plantão. Adilton foi até o carro, fotografou o vivente para enviar a mesma e ver se tinham alguma notícia de pessoa desaparecida. A tão esperada notícia veio em seguida.
- Tem um boletim de ocorrência de um senhor desaparecido, do município de Imbituba, e é esse mesmo.
Um número de telefone foi passado para Adilton e ele contatou com a família. Marcaram encontro num lugar de fácil localização e foram para lá, não sem antes alimentarem o senhor que estava com frio e muita fome.
Quando aconteceu o encontro, a filha chorava muito, abraçando o pai. O genro então contou o que aconteceu.
- Meu sogro, seu Moacir, sofre do Mal de Alzheimer e desapareceu de casa há quatro dias. Entramos em contato com a polícia e nada foi descoberto. Hoje tomei uma decisão que devia ter tomado a mais tempo. A gente só se lembra de Santa Bárbara quando troveja. Eu então rezei para Nossa Senhora Aparecida para que ele aparecesse. Ela me atendeu e principalmente por hoje ser o dia do aniversário do meu sogro. Vejam a imagem que tenho tatuada no braço.
Era uma figura linda da santa e que mostra que ela continua fazendo milagres quando pedidos com fé.
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