Vaidade não é privilégio das mulheres. Dizem que a vaidade masculina sempre foi maior do que a da mulher, porque não tem limites. Enquanto a mulher se enfeita para agradar aos homens, causar inveja à s suas semelhantes e satisfazer seu próprio ego, o homem se cuida e se apruma para ser o dono do mundo. Acho que a corrida para a vaidade se instalou na época dos arcaicos hábitos dos homens da idade da pedra ou bem antes, quando a conhecida dupla do Éden já tentava fazer moda com uma folha de parreira. Na modernidade de nossos dias, a evolução e a revolução dos costumes interferiu de forma decisiva nas ações de ambos os sexos .
A vaidade empurrou para o lado os "tabus" comportamentais. Mais ainda quando o homem percebeu que estava perdendo seu espaço como líder e profissional , em detrimento da mulher, que passou a assumir cargos de chefia e poder com competência e sábio discernimento. Somando ainda outras pontos contra os quais o "superman" sentiu-se desarmado: beleza, charme , perfume, cabelos maravilhosos , esvoaçantes, femininos, sem esquecer a aura de luz mística, encobrindo o lado sensual daquela adversária. Como vencer essa concorrência desleal ? Até então, os homens sentiam confiança em sua vaidade natural, baseada na força bruta ,no cheiro de suor, no cabelo despenteado e na barba por fazer. Quando se deram conta, porém, que tinham uma oponente forte, bela, inteligente e ao mesmo tempo indispensável , decidiram enfrentá-la. Como ? Simples. Era preciso criar novos padrões de comportamento para dar lugar ao "perfect man" Daí surgiu uma infinidade de aspirantes desfilando seminus pelas novelas, lotando academias, movimentando um exército de "personal trainners". Salões de beleza ficaram lotados. Empresas de perfumaria e cosméticos ampliaram seus negócios. Tudo em função da vaidade masculina.
E aí? Você também concorda que homem deve ser vaidoso ? Claro que sim. Vaidoso nesse caso seria ter a capacidade de gostar de si mesmo, querer projetar-se na vida profissional e afetiva, ser agradável aos olhos desse mundo ditatorial, um tanto feminista, ter orgulho de suas próprias aptidões e de suas capacidades. Uma vaidade assumida não por sua boniteza ,seus dotes físicos, incluindo força hercúlea ou salientes glúteos ( o must da atualidade),mas pelo seu charme, simpatia e outros detalhes individuais marcantes. Quem sabe um sorriso terno, um olhar quente e sedutor, um rosto sério emoldurado por um cabelo cujo corte moderno pode ser até um topetão, ou corte zero, ou cogumelo, ou surfista, para satisfazer gostos e idades. Outro dia , após o depoimento de um comentarista de TV, que se dizia ser muito vaidoso , pude comprovar que a vaidade masculina está a flor da pele. Simpático, convicto em seu modo de falar, sorriso contagiante e olhar profundo, era o protótipo do homem vaidoso.(Senhor de si, dono do mundo). Com que satisfação ele comentava sobre seus compromissos diários e preparativos para se apresentar diante da càmara em ação. Vaidoso, barbaridade. E que continuem assim, os homens de minha terra.Com vaidade e muita convicção. Mas sem frescura.
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