Após uma ducha morna traja a veste da labuta cotidiana. Terá mais uma longa noite insone pela frente. A quinta daquela tediosa semana.
A mão trêmula busca apoio na parede. Os músculos falham recusando comando.
Estafa.
No cómodo em desalinho, a companheira rola na cama macia. Dengosa. Nua em pêlo.
Um par de seios fartos pendem para o mesmo lado do corpo. A penugem escura tosada rente ao tecido adiposo revela os grandes lábios grandes.
Uma perna recua. Outra, avança.
Mudo, o observador derrama um olhar distante na silhueta de curvas volumosas. Não colhe tesão.
Queixa-se da pontualidade do relógio da rotina.
Mede a passada. Sopra um beijo.
Uma porta bate.
Burburinho.
Grunhidos.
Nada importa.
II
Após uma ducha morna traja a veste da labuta cotidiana. Terá mais uma longa noite insone pela frente. A quinta daquela tediosa semana.
A mão trêmula busca apoio na parede. Os músculos falham recusando comando.
Estafa.
No cómodo em desalinho a companheira lustra o piso da sala vazia. Fogosa.
Um par de seios fartos projetam-se além do espartilho. A penugem escura se revela ante a transparência do vestido.
Uma perna recua. Outra, avança
Mudo, o observador derrama um olhar na silhueta de curvas generosas. Bate o coração. Queixa-se da pontualidade do relógio da rotina.
Mede a passada. Sopra um beijo.
Uma porta se fecha.