Brasília, 17 de setembro de 1996
M
inha querida e doce Regina ou Rainha
Nao pense que eu me esqueci do dia em que voce veio para o mundo, para, no futuro, que nem voce imaginava nem eu tampouco, encontrar-se comigo e, finalmente, compor o que os poetas, mui docemente, chamam de amor eterno!
Nao pense que eu seja tao desastrado, a ponto de nao me lembrar que, na primavera longínqua de nao sei que ano, pois isso nao importa, voce abriu os olhos pela vez primeira e, com o grito característico de um bebe que prometia, anunciou ao mundo, que voce também está presente, neste planeta.
Nao pense que eu sou louco bastante, para nao perceber que voce esperava que alguém se lembrasse de que, na longínqua e fria Curitiba, terra do pinho e também de um rio forte e caudaloso, como forte seria nosso amor, nasceria uma princesa, que rainha se tornaria, e partiria, para a antiga terra da garoa.
Nao pense que aquele que um dia se tornaria seu rei e seu escravo se esqueceria de que voce um dia foi formosa e bela, mas continua tao formosa e bela, que nem o tempo apaga, nem a distància separa.
Nao pense que o céu distante nao ve, com suas luzes cintilantes, que voce caminha, faceira, e lhe faz inveja.
LEON
|