O novo filme, recém lançado em vídeo e DVD, ainda baseado nos personagens criados pelo escritor Thomas Harris, em O silêncio dos inocentes. Agora baseado no livro, Hannibal roteirizado por David Mamet.
O personagem vivido por Antony Hopkins, não empolga em momento algum, nada do que faz é surpreendente. O filme, que teve o final diferente do livro, é um grande banquete de fazer inveja aos sobreviventes dos Andes. Um roteiro gastronómico e canibalístico. Antony Hopkins como um mestre-cuca estilisado com sua máscara de hóckey, eternizadas em Sexta-feira 13.
Nem mesmo o pavor que Hannibal Lecter causou na estréia do primeiro filme de Jonhathan Demme, superou as expectativas em torno do filme de Ridley Scott. Os únicos isentos de toda palhaçada, são Demme e Jodie Foster, que recusaram sua participação no projeto. Coube a Sir Hopkins e a produção, eternizarem este fiasco. Para isso convocaram a excelente Julianne Moore e a sabedoria do diretor da pérola primma "O Gladiador". Depois de colocar escravos-gladiadores discutindo política romana em pleno coliseu, cercados por leões, Ridley Scott, transformou a reaparição de um dos personagens mais enigmáticos do cinema dos últimos tempos, numa aula de culinária - A maravilhosa cozinha de Hannibal Lecter. Juliane Moore representa uma Clarice Starling, madura e desiludida, e sem o charme de Jodie Foster.
O resultado obtido nesta sequência de O silêncio dos inocentes, foi no mínimo contrangedor, gerando um sentimento de nostalgia e saudosismo. Esqueçam-se de tudo o que foi dito do filme em questão. Ele não empolga. Não é pelo fato de ter apenas uma cena entre Starling e Hannibal, nem mesmo por seu conteúdo fraco e seus personagens insignificantes. Sim por se encaixar em todos os quesitos da cartilha de sequências em filmes de terror. Em primeiro lugar, uma sequência é sempre pior do que o original. Segundo, na sequência, o número de assassinatos é sempre maior e as mortes são muito mais elaboradas. Assim por diante, nos remetendo à triologia clássica do filmes de terror infanto-juvenis, do diretor Wes Craven, que antes já havia criado Freddy Krueger, sucessor de Jason Voryees, que também já fora sucessor de Michael Meyers em Halloween, em suas carnificinas sangrentas, delirantes e mirabolantes.
Que todos entrem em pànico, com o massacre do canibal Lecter! Todos os assassinos e psicopatas de filmes de baixo orçamento, rotulados como terror juvenil, desde Horace Pinker, Leatherface à caçadora de vampiros Buffy, estão recepcionando, com pompas e circustàncias, a chegada de Hannibal Lecter, no hall da fama dos ícones infanto-juvenis. O filme é uma desgraça ao gênero suspense, os mestres que o digam.
Depois do filme de Demme, a única incursão ao tema canibalismo bem sucedida , além das refilmagens do desastre do Andes. Foi o filme de Antonia Bird, estrelado por Robert Carlyle - Mortos de Fome. Nem mesmo O silêncio dos inocentes, que pode até ser considerado uma quebra de todos os quesitos a sequências de filmes de terror, pois é uma sequência não-oficial de Manhunter, com Brian Cox no papel de Lecter, póde sair intacto pela exaustão de abordagem ao tema.
O filme de Scott mais parece uma cópia bem feita, dos filmes trash de terror. Hallelluia aos mestres do trash - Roger Corman, Eduard Wood, Coffin Joe, etc. Um aló para o grande cineasta candango - Arnold Brazza-négger em A tortura selvagem - A grade. Felizes são eles que assumem sua áurea trash. Aos outros? .....As batatas.