Mais uma vez de volta a ocasião, inteira e sábia, desiludida ou não, com toda a certeza das traças e falhas do meu coração.
Mais uma vez de malas prontas, sem o vestido colado, sem a esperança de antes, inteira... irremediavelmente só, como um monge, uma pedra, um farol com sua luz própria, mas inatingível e distante e só como antes.
Mais uma vez percebendo que o pão e a verdade, nada tem a ver com sentimento. Escolho a minha atitude, entre todas que eu conheço. Me transformo no que posso, pra ver o dia nascer de novo.
 Pouco me importa a covardia de quem não soube me amar, vou marcar minha presença na distancia a ferro, a fogo, a chibata. Vou fazer do meu poema, muito mais do que uma marca. Quero escrever sobre a vida, porque a morte é coisa certa.
Nada tenho a perder, porque atravessei a heresia e se hoje não sonho, é porque cortaram as possibilidades de minha alegria.
Pela última vez, eu acordo espantada com o destino. Agora sei o que posso e não me iludo com delírios.
Não tenho mais a tola ilusão de ser feliz e nada que me entreguem, eu vou acreditar que seja de graça.
Carrego em minhas veias o fel, a impossibilidade, a controvérsia de ter seguido em frente, sem questionar a hora certa.