Minha vida mudou totalmente de novo! Uma nova paisagem inédita é o pano de fundo da minha vida. Fim de Carnaval _ o Carnaval acabou esta semana. Os ternos voltaram ao armário, junto com os sapatos e com quilos que eu perdi inesplicavelmente neste mês que foi barra.
Sete e trinta da manhã. Acorda! Já! Veste a camisa. Isso! Olha como está bem passada. Gravata! Sapatos! Meia! Não esquece o cinto! Fazendo um desses treinamentos do séc. XXI, teve que ser assim. Digo do séc. XXI não pela tecnologia aplicada, que não teve, mas falo sim destas novas formas de emprego que transformam o cidadão comum num vendedor caça-trouxas, que tem que vender o peixe da empresa _ peixe esse que é o que há de pior na praça, a pior roubada da paróquia. E foi nessa que eu fiquei no começo do ano 2000, fiquei em duas destas empresas fudidas e notei uma coisa: O tubarão do capitalismo é maior do que eu pensava. O serviço desses lugares era sair à rua _ Olha só! Bater perna!_ e tentar loucamente vender o maior número de matrículas ou carteirinhas de sócio possíveis. Quem ganhar, ganha um brinde surpresa, melhor, bonificações. Pura lenda. Pulei fora.
Bob Marley não sai do meu poperó, quer dizer, aparelho de som, desde antes do carnaval. Ah! Eo carnaval? Nem comento. Cidadezinha natal, primos, a galera nossa lá é toda gente boa. Meu pai com problemas, mas já no fim, isso é bom. E o mais importante: mulheres e bebida. Não teve uma camisa minha que ficou livre da "estabanada" de alguém. Depois do carnaval, como não teve pós, voltei correndo pra capital, mas... com dois primos barbados pra pajear. É mole? Volto pra casa doido pra produzir alguma coisa, sei lá, escrever, tocar e tenho que ficar por conta das "meninas" por tempo integral. Arrumando rango, levando nos lugares... Mas pensando bem até que foi legal. Deu pra aprontar boas.