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Cronicas-->NADA É COMUM PARA A SENSIBILIDADE -- 14/04/2000 - 02:46 (Odalis Jodoé Allievi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Onde eu trabalho o teto é baixo. Em todas as janelas há cortinas. Há um ruído constante. Muitas pessoas dividindo o mesmo espaço. Acho, até, que é difícil perceber a vida passando lá fora. Não vejo o sol, a chuva, se é frio ou calor, se é claro ou escuro. Hoje, porém, aconteceu algo diferente. Alguém, certamente por distração, deixou as persianas externas com frestas levemente abertas.
Houve um momento que eu olhei para o teto e pude vê-las. Tinham vida, apesar de estarem imóveis e, eu sabia, logo sumiriam. Como será que foram parar ali? Grudadas ao teto e, assim, tão organizadas, tão simétricas? Olhei em volta para ver se alguém mais estava espantado como seu. Não! Não havia ninguém percebendo a presença delas. Acho que não viram.
Elas eram tão aparentes, tão chamativas e ao mesmo tempo tão discretas, finas e compridas. No seu brilho e cor pude perceber que lá fora existia um mundo com sol e calor. E eu aqui, congelando sob o condicionador de ar. Com olhos fixos na telinha do meu computador. Com minha cabeça, até cinco segundos antes, pensando soluções para problemas abstratos, matemáticos, mecànicos, lógicos e racionais.
E elas ali, grudadas no teto. Desafiavam qualquer lógica. Caçoavam da racionalidade. Parecia que estavam sorrindo para mim. Convidavam-me para ir até lá fora. Quem sabe, brincar um pouco. Vestir um calção. Passear pés descalços pela grama. Abraçar uma árvore. Observar passarinhos. "Tomar" sorvete de morango com chocolate e cobertura de mais chocolate com flocos crocantes e o delicioso...
Tive que negar o convite. Deixaria para outro dia. A solução de alguns problemas estavam a minha espera. Agradeci a visita. Elas foram dando adeus, se apagando aos pouquinhos até sumirem. Pensei mais uma vez comigo: obrigado, três linhas de sol que grudaram no teto, amanhã eu vou olhar para o teto e deixar umas frestas abertas na persiana externa.
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Pequenos Delírios - Vol. III
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