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Cronicas-->O que você quer ser quando crescer -- 17/12/2001 - 17:02 (Luís Augusto Marcelino) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tem um livro do Luiz Schwarcz, dono da Companhia das Letras, chamado "Minha vida de goleiro". Não o li, mas o título chamou minha atenção. Eu queria ter sido goleiro, mas a natureza foi injusta comigo e me deu somente 1,68m de altura e um abdome imenso, que prejudica minha agilidade entre as traves. Além disso, larguei o futebol cedo para trabalhar. História comum entre os milhões de garotos que sonham em jogar no Maracanã lotado. Nos meus sonhos, aliás, eu sempre defendia um pênalti. Não importava o resultado final da peleja, mas a bola, quando chutada pelo craque do time adversário, era invariavelmente encaixada ou espalmada pelas minhas mãos miúdas. A torcida ovacionava. Eu dava autógrafos, pendurava-me nos alambrados, abraçava os outros jogadores formando a tradicional piràmide humana. Muita gente afirma que acreditar nos próprios sonhos é um elixir para realizá-los. Eu sonhei pra caramba e não adiantou muita coisa. O máximo que consegui foi ser reserva da seleção de futsal do colégio. Lembro que disputamos um torneio na escola e chegamos à final aos trancos e barrancos. Desejei imensamente que o Picolé - goleiro titular - tivesse uma diarréia para que eu pudesse demonstrar meus dotes naquela tarde. Que nada! Jogou, defendeu pra caramba, e saiu carregado da quadra como herói. Morri de inveja.

Minha fala que vai ser médica, o que não quer dizer muita coisa: metade das meninas quer ser médica; a outra metade, professora. Rapazes da periferia de São Paulo querem ser boleiros ou pagadodeiros - o que render mais. Algumas profissões desapareceram do mapa. "Culpa da tecnologia - afirmam as autoridades". Quem conhece um alfaiate (vivo e em atividade)? Ou um ascensorista? Vendedor de quebra-queixo, tem aí na sua cidade? Na minha não, o que é uma pena, porque eu adorava quebra-queixo. Umas profissões vão embora, surgem outras. Já reparou que todo mundo quer ser webdesigner? Pois é. Quando a onda de ficar rico na internet surgiu no Brasil muita gente correu para as escolas de informática. Curso do Windows em 6 meses...

Por falar em onda, o país já passou por algumas epidemias profissionais. Já houve a da Psicologia, do Jornalismo, da Arquitetura, da Publicidade & Propaganda... "O que você faz?... PP! - respondiam os jovens da classe média paulistana. Hoje em dia a maioria faz Administração de Empresas - que é um curso muito atraente para quem não sabe o quer da vida. Pessoas assim, como eu. Acho que vou fazer ADM.

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