Que galega, que lábios, que coisa louca. Uma margheritta implorando pra ser gulosamente devorada.E o melhor. Tava no papo. É, modéstia nunca fora o forte do Fabinho mesmo. Poética muito menos. Mas foda-se o lirismo. Ele queria mesmo sexo casual. Pra que gastar saliva se a idéia era apenas gastar esperma?
No banheiro, levantou mais ainda o topete. Tirou o sebo da cara e deixou os dentes brilhando. Uns goles de RedBull para curar o porre e tirar o bafo de álcool. Vítima focalizada, músculos aquecidos, hora da abordagem neanderthal número um. Precisava perguntar o nome? Detalhes, detalhes. Esses detalhes só enchiam a cabeça. Ela já estava meio alta mesmo e dançava feito louca na pista. E tinha uma cara de perva. Ó se tinha. Ah, deixa a tática pra lá. Fabinho sabia de uma coisa que iria deixá-la acesona rapidinho. E descambou como um guepardo atrás da caça.
Olhou bem em seus olhos, aproximou-se, tirou as chaves do carro de dentro do bolso e fez o barulhinho mágico ao pé do ouvido. Os olhos verdes-já-um-tanto-avermelhados da moçoila brilharam. Um sorriso maquiavélico tomou o rosto de Fábio.
Dança vai, dança vem. As mãos foram bobeando de vez. Mas diferente delas, seu dono de bobo não tinha nada. Arrastou a moçoila para trás do palco. Abaixou o vestido e caiu de boca. Sorte que ele não era alérgico a silicone. E lambuzou-se como um porco na lama. Tirou o atraso de duas horas. Ao final, olhou pra diabinha e disparou a máxima.
- A propósito, qual é mesmo seu nome?
- Bianca.
- Olha, Bianca. Legal ter te conhecido. Mas, saca só. Vai ser difícil a gente se encontrar de novo.
- Tudo bem.
- Mesmo?
- Umhum...
- Tá. Algo mais para me dizer?
- Bem-vindo
- Bem-vindo a que?
- Faz um exame de sangue amanhã.
Fabinho gelou. Parecia ter virado pedra. Sua medusa calmamente voltava pra pista de dança. Quem sabe para fazer outra vítima.