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Cronicas-->" As baratas Valtércia e Clemência" -- 10/01/2002 - 15:35 (Alexandre Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131731575646855200
Dou um beijo na namorada, desejo-lhe boa noite e no frio da madrugada volto para minha casa pela estrada vazia que liga Vicente Pires ao Plano Piloto. Tento chegar no mais absoluto silêncio possível, mas a fechadura da minha casa é meio dura, e qualquer movimento que eu faça, por mais sutil que seja, é barulho que se propaga pela casa inteira. Tradicionalmente, vou para a cozinha beber um copo com água antes de dormir. Já meio apreensivo por saber o que vai me acontecer. Acendo a luz e lá vão elas , fugindo de mim , correndo para a área: Duas baratas enormes e velozes. Que bichinho rápido!!! E por que foges de mim, se eu é que tenho medo e nojo delas? Normalmente apago a luz e vou dormir. Não me atrevo a matar insetos tão pavorosos, embora saiba que, historicamente, barata nunca fez mal algum ao ser humano, a não ser transportar sujeiras e transmitir algumas doenças, atributos que os seres humanos também possuem. Acontece que hoje foi diferente. Apaguei a luz e ao dar as costas para a cozinha, ouço um chamado ecoar na madrugada. Não é que são as baratas me chamando? Não fiquei nada assustado. Dizem que baratas resistem a um ataque nuclear e não morrem tão facilmente com qualquer inseticida . Então, por que elas não poderiam falar como os seres humanos? Não se tratava de uma fábula. Realmente as baratas falam. Nos apresentamos. Eu, Alexandre. Elas, as famosas baratas Valtércia e Clemência, que eu só conhecia de vista, dentro dos elevadores, nas escadas do prédio, nos banheiros e na minha cozinha. Descobri que baratas são seres extremamente gozadores. Na cidade dos esgotos, onde habitam, desenvolvem tecnologias de ponta contra inseticidas e dedetizações em geral e ficam rindo de nossas técnicas, por exemplo, um tal de gel que mata barata sem deixar cheiro pela casa, inofensivo ao ser humano. Elas caíram na gargalhada quando falei que minha mãe usaria o tal gel. Me explicaram que o gel significa para elas, o que o parque de diversões ou o shopping center significa para o ser humano: só diversão. Elas nadam no gel como esquiamos no gelo, se alimentam do gel para se fortalecerem, assim como fazemos na hora das refeições. O gel ainda tem o poder de atrair mais baratas, pois, onde há fumaça, há fogo, e onde há gel, existe alegria até o amanhecer. Conversa vai e conversa vem, minha mãe acorda com os ruídos de nosso diálogo, e lá vem ela, com o barulho de seus chinelos hawaiana, saber o que estava acontecendo. Mãe é mãe!!! No mesmo instante, as baratas mudaram suas feições e fugiram numa velocidade estonteante pelo ralo do banheiro. Sem entender nada, fiquei me perguntando, o motivo pelo qual, fugiram de mim. Foi quando um rato, que eu nunca tinha visto lá em casa, me explicou que barata morre de medo só de ouvir o barulho de uma hawaiana se aproximando, e concluiu seu pensamento, com um certo ar de filósofo, me dizendo que a melhor dedetização ainda é mesmo o bom e velho chinelo.






Alexandre Medeiros
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