Solidão... Um sentir assustador e indesejável, que só existe, quando a gente esquece aquele Eu, morador de nosso àmago, e que nos torna semelhantes, Criador e criatura. Na verdade, Eu é o próximo mais próximo de cada um de nós, Aquele a quem se deve amar como se ama a si mesmo...
Abro meu espírito para essa verdade e me recolho ao silêncio de meu coração, encontrando-me com Eu. Vivencio o êxtase de Sua companhia, pois Ele me nina e me abraça forte, mesmo quando tudo o mais me é negado. O Seu abraço é quente e apaixonado; nele me descubro e me revelo.
A correria, a competição de todo dia, o ser alguém, muitas vezes me afastam da paz de Seu amor. Minha ànsia existencial me leva a buscar fora de mim o que só existe em mim. Mas, ainda assim, Eu me compreende, me anima e me suporta, porque é o meu começo, o meu meio e o meu fim.
Eu tem dentro de mim o melhor supermercado virtual do universo. Nele encontro: luz para iluminar as minhas escuras noites de amargura; lenço para secar o suor de todos os meus dias; letras para escrever e descrever todos os meus afetos; poções mágicas para encantar os desencantados nãos; vasilhame para guardar todos os sim e alguns talvez; alimentos para prover as minhas gulodices e as minhas necessidades; caminhos para todos os lugares; passagens para todos os espaços... Até os insólitos absurdos nele posso encontrar. (Parece até uma caixa de Pandora...)
Eu tem o meu secreto ser. Bendito seja Eu!
