"Eu, você, nós dois, já temos um passado, meu amor, uns midis, uns backgrounds, aquela flor e outros gifs mais..."
É... Hoje, revendo velhos arquivos, antigos backgrounds e midis de um ano atrás, constato que, eu e meu micro, já temos uma história nostálgica pra contar... Já temos um passado...
Fico emocionada ao ouvir o primeiro arquivo midi - manjado paca - que botei com felicidade e glória na minha home page...
Que sensação estranha... Minha cyber-história é relativamente recente - um ano e meio, aproximadamente - e parece que existe há séculos...
Me sinto uma amazona montada no meu micro-pégaso. Uma centaura ou coisa que o valha...
Montada nele cavalgo pelo mundo, exploro mil lugares, enfrento mil batalhas... Através dele enxergo lindas ninfas, cavaleiros, heróis audazes, ao mesmo tempo em que me defronto com vilões mesquinhos e chatos, dragões e medusas de olhos petrificantes...
Continuo a ir no bar do China, defronte à minha casa. Continuo a falar com o velho jornaleiro, que me conhece há anos. A caixa do supermercado me conhece e sempre dá um sorrisinho cordial... Cumprimento o velho mendigo, popular aqui no bairro... Minha gerente do Itaú tenta ser cortês, embora não consiga entender patavina da comunicação cliente/gerente do programa...
Os velhos amigos conversam comigo e, Ã s vezes, sinto neles uma certa estranheza, pois são apegados ao passado e não conseguem entender minha linguagem atual - cyberlinguagem, sei lá? - em que já se incorporaram os "deletes", os "chats" e os "formats"... Não acreditam no presente e no futuro. Não acreditam em "novidades" , só em livros...
Eu acredito em livros e em "novidades"... Amo e sempre amarei os livros. Mas, se não fossem as novidades, estaríamos, quem sabe, com as tabuinhas de argila e com os papiros, quem sabe?
E sinto que essa cyber-realidade, realidade virtual - ou como quer que chamem essa joça - faz parte dos meus dias, dos dias em que vivo e, como tudo, pode servir tanto ao bem como ao mal... Exatamente como TUDO! Desde que o mundo é mundo!
E daí, como bicho estranho que sou, parafraseio a música do Caetano, da década de 70: "eu, você, nós dois, já temos um passado meu amor..." e faço homenagem ao meu micro bom e véio de guerra e à minha integração à cyber-realidade!