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Cronicas-->Nova mãe para o Freud -- 21/04/2000 - 13:45 () Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Nova Mãe para o Freud



Será que de fato existem a vidência, a premonição?
Conheci alguém que, quando perguntado sobre se acreditava em horóscopo, numerologia,
astrologia, pais-de-santo e outros do gênero, invariavelmente respondia: "Yo no creo em las brujas, pero que lãs hay, las hay..."
A mãe do Freud, por exemplo. Acreditava piamente em premonição, tinha sonhos noturnos
que já anunciavam - ou denunciavam- o que estava por vir.
Já imaginaram a confusão na cabeça dessa mãe?
Sim, ela ficou muiiiito confusa.
Desejando fazer o melhor pelo filho, dar-lhe a melhor educação e, ao mesmo tempo, prevendo mas sem entender nada dos mecanismos inconscientes que ele mesmo só viria a descrever tempos depois, ela tomou ao pé da letra a teoria psicanalítica e os posteriores desenvolvimentos da Psicologia.
Ficou muito preocupada e foi desabafar com a amiga:
- Não sei mais o que fazer!
- Com relação a quê?
- Ao meu menino...
- Por quê? Você faz tudo por ele...
- Tive que tirar as fraldas, treiná-lo no controle dos esfíncteres.
- E você queria que ele continuasse a vida toda de fraldas?!
- Não queria, mas coitado! E ainda teve aquela vez que dei nele uma palmada.
- Toda criança precisa de um corretivo, às vezes.
- É, mas eu morro de pena. E ainda tem uma pior...
- O quê, agora?
- Eu sei, mas sinto muito remorso por tê-lo expulsado do ventre.
- Você não ia querer ficar com ele na barriga. Nem isso é possível.
- Mas, coitado, deve sentir-se muiiiito rejeitado.
- Que você quer dizer com "rejeitado"?
- Umas coisas meio estranhas que vejo nos sonhos.
- Você sempre com seus sonhos.
- Olha, não entendo bem o que acontece comigo desde que fiquei esperando o Freu.
- Me conta melhor como é isso...
- Vejo e ouço umas coisas estranhas sobre uma tal de Psicologia, educação dos filhos.
- Educação dos filhos não tem nada de novo...
- É, mas surgiram muitas palavras complicadas.
- Você já falou numa tal de re...re... como é mesmo?
- Rejeição.
- E o que é isso?
- Sei lá, parece que os filhos ficam mal se não são muito bem tratados pelos pais.
As duas despediram-se, que eram chegados os sacrossantos deveres do lar.
Semana seguinte, no mesmo horário, as duas se encontraram para o costumeiro bate-papo.
- E foi a vizinha quem começou:
- Xi, fulana, sabe aquelas coisas que você me contou na semana passada?
- Que coisas?
- Sobre seu filho, a tal da rejeição...
- Agora você aprendeu a palavra.
- Pois é, mas agora fui eu que tive uns sonhos esquisitos.
- O quê, agora é você?
- Bem, eu nunca quis contar mas eu também tenho sonhos, às vezes, que parecem reais.
- Não sabia. E o quê você sonhou?
- Seu filho. Aquele negócio da rejeição...
- Me conta direitinho, amiga.
- Foi meio estranho, até meio chato de contar.
- Você não vai me deixar curiosa...
- É que, sabe. Você tinha medo da tal rejeição...
- Como assim?
- Por causa dessa tal rejeição, você deixava ele muito solto.
- Muito solto?
- É, ele fazia o que queria. Ele é quem mandava em você e seu marido.
- E daí, o fim do sonho?
- Muito trágico, minha amiga. Nem tenho coragem.
- Conta, conta.
- Bem, você pediu. No fim do sonho, ele colocava você de castigo, lhe dava umas palmadas no traseiro e a deixava trancada no banheiro para ir namorar.
- E eu ficava lá, sozinha?
- Ficava, e o pior: ele só voltava na semana seguinte.
- Pois então, ele que arranje uma nova mãe, porque eu estou tirando meu time de campo.
E, apesar dos protestos do marido, abandonou o lar.












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