Obá! Em fim é carnaval!
Minha cabeça nem quer pensar...
Meu bolço vou detonar...
Minha grana vou torrar...
Depois quando tudo terminar,
outra vez, fome vou passar...
Minhas Forma vou mostrar...
Deixarei tudo por lá, até minha virgindade.
Meu salário inteirinho, já sei para quem dá...
Minha escola de samba.
O ano todo trabalhei, juntei cada moeda, cada centavo:
Deixei de educar-me nem meu filho escapou,
e minha família, todo mundo entrou.
Eita farra boa!
Porque preciso de escola, se esta me faz feliz...
Educar-me? Para quê?
Meu corpo é o que tenho para mostrar...
Minha cabeça?
Ninguém está interessado no que tem lá.
Nem mesmo vou usar.
Quando terminar esta festa popular...
Faremos uma campanha, pedindo doação.
O povo logo atende e a gente se defende...
Como diz o ditado popular, quem não chora?
Ah! Deixa prá lá, quem está interessado em ditados,
agente sempre da um jeito, afinal, isto é brasil...
Se uma AIDS eu pegar, ou qualquer outra doença:
Tem os postos de saúde.
Filhos? Ah! Se gravidar eu ficar,
nem o pai vou encontrar...
Afinal aconteceu no carnaval, ninguém sabe quem é quem...
Teremos mais idiotas, para formar completar, esta nação.
Não é assim, que vive um país corrupto,
de pessoas sem educação?
Pois bem, estou dando minha colaboração...
Bebida, samba e pagode, carnaval e zoação:
Este é um país liberto, de seres sem formação...