Deu na telinha. Em são Paulo, acaba de ser aprovada a lei que obriga aos proprietários de cães e gatos a registrarem seus animais junto aos órgãos oficiais do Município. Pretende-se, com a medida, formar um cadastro - inicialmente com previsão para um milhão e meio de animais - que terão maior controle por parte das autoridades, no que se refere à vacinação contra a raiva, além de facilitar a identificação e entrega daqueles perdidos ou abandonados.
A expectativa, também, é facilitar a prisão e o sacrifício de animais sem registro, que perambulam pelas ruas, oferecendo perigo aos cidadãos, seja pelos ataques e mordidas, seja pela possibilidade de transmitir doenças. A legislação induz, portanto, de modo geral,a um maior controle e responsabilidade compartilhados entre a Prefeitura e os proprietários dos animais.
Fala-se, também, na possibilidade de entregar aos proprietários, além da medalha de registro, uma carteira de identidade, com foto e tudo, semelhante aquela destinada aos munícipes.
O perigo é que essa idéia possa se espalhar para o Brasil inteiro e que, a partir da nova RG, alguém, logo, logo, tenha a idéia de tirar o Título de Eleitor e aumentar, desta forma, o universo de eleitores e, em consequência, de forma fraudulenta, é claro, as chances de algum candidato.
Se isto vier a acontecer, uma coisa é certa: pela primeira vez estaremos elegendo, como nossos legítimos representantes, alguns cachorros e muitos gatos. Literalmente.
Domingos Oliveira Medeiros
16 de fevereiro de 2002