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Cronicas-->Álbuns de figurinhas -- 28/02/2002 - 22:58 (Pedro Wilson Carrano Albuquerque) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Minha infància foi envolvida por uma estranha mania: as coleções.
Eu e meus amigos juntávamos caixas de fósforos, maços de cigarros, invólucros de balas e bombons, tampinhas de garrafas, fotos de artistas e jogadores de futebol, estampas que acompanhavam os sabonetes da marca Eucalol, selos postais, revistas infantis, conchas, insetos mortos (que eram espetados em rolhas com pequenos alfinetes) e tudo o mais que fosse possível guardar e mostrar como uma grande conquista.
Lembro-me das figurinhas de jogadores de futebol vendidas em bancas de jornais e, como se fosse hoje, da alegria que tive ao abrir um envelope e ali encontrar o Ademir, um ídolo para os torcedores do Vasco da Gama, certamente o maior responsável pelos campeonatos cariocas ganhos pelo clube em 1949, 1950 e 1952.
Também colecionava as figurinhas que acompanhavam as balas Rute e Seleções, adquiridas no Bar Oriente, estabelecimento movimentado de Recreio (MG), cidade onde eu residia.
Quanto às balas Rute, recordo-me com saudade de como eu gastava na sua compra todo o dinheiro recebido de meu pai. Eu logo as devorava para descobrir quais as figurinhas que se escondiam sob sua embalagem.
Infelizmente, não mais tenho o álbum, possivelmente botado fora por alguma parente ou empregada, com o nobre objetivo de se evitar o acúmulo de entulho. Sei, contudo, que não consegui completá-lo, por faltar-me então, se não me engano, a estampa do sapo.
E as figurinhas das balas Seleções, coloridas e concernentes aos mais diversos assuntos, uma verdadeira febre na década de 50 ?
Como as das balas Rute, elas também eram envolvidas pelos invólucros das guloseimas, formando no álbum próprio, de capa amarela, o mapa do Brasil ou folhas com estampas de animais, meios de transporte, navios, grandes vultos da humanidade, construções, etc.
As páginas iam sendo preenchidas, com as aquisições, trocas e o jogo do bafo, até o momento em que passávamos a depender das figurinhas mais difíceis. Aí, então, era um tal de se tirar estampas repetidas e nada daquelas que almejávamos, como a da Catedral de Milão ou a do transatlàntico. A da Esfíngie, a meu ver, nem existia, pois nenhum menino conseguia obtê-la, por mais caixas de balas que comprassem.
Como o álbum das balas Rute, também desapareceram no tempo as minhas figurinhas das balas Seleções, sem as cinco ou seis mais difíceis que eu, inútil e ansiosamente, procurei com o objetivo de ganhar a máquina fotográfica prometida a quem completasse a coleção.
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