Péricles era empresário famoso em sua cidade. Bem sucedido e até invejado por muitos. Sempre muito ativo e, razoavelmente, jovem. De alguém assim, nunca se espera que algo errado vá acontecer, porém, aconteceu.
Em plenos 45 anos, Péricles teve o seu primeiro infarte e foi imediatamente removido para um grande centro urbano. Fez uma bateria de exames, até que os médicos detectaram que seu coração deveria ser operado. Péricles entrou em pànico, começou a se despedir da esposa e dos filhos, até que, enquanto aguardava o retorno dos médicos, um homem aproximou-se de sua cama e ofereceu-lhe, pasmem!, um coração novinho em folha. Assim deu-se o diálogo:
- Meu amigo, vim, mandado por Deus para salvar-te a vida.
- O quê????????
- Sabes que precisas de um novo coração, logo, fui providencial e aqui estou.
- O que queres, afinal?
- Tenho comigo um coração "zerado", de um homem jovem. Não fumava, não bebia...
- Que história é esta?
- Deixe-me terminar, homem. Como disse: limpesa!. Morte cerebral, tá em cima.
- Quanto custa?
- Vinte e cinco mil, na moleza. É pegar ou largar.
Dito isto o homem afastou-se por causa da chegada dos médicos e Péricles, desesperado, com os olhos esticados por trás dos médicos tentava localizar o homem, não poderia perder a oportunidade de deixar de morrer e, quem sabe, o tal homem não fizesse um abatimentozinho se fosse à vista... Porém, os médicos informaram a Péricles sobre uma tal válvula que seria implantada em seu coração e garantiram uma sobrevida de, pelo menos, uns trinta anos, ainda que com um funcionamento não pleno, mas de 70% de garantias.
Péricles pensou por uns instantes, concordou com os médicos e como último ato, talvez ainda em vida, esticou-se em direção ao vendedor de coração e gesticulou uma tremenda banana para ele. Voltou-se para os médicos e autorizou:
- Vamos operar, de acordo com as minhas contas, saí com lucro! |