Andando no marasmo provei o fel,
Cai na armadilha do meu destino,
Desfiz minha esperança de papel,
Aliciando no meu corpo o menino.
Traições do próprio viver revoltado,
Mortíferos pensamentos profanos,
Um homem triste seguindo calado,
Sobejos da vida em desenganos.
Tantos barcos abatidos e naufragados,
Nessa odisséia de aparência insana,
Vãs tentativas de salvar os meus legados,
Gritos selvagens que a carência engana.
Ainda tentando uma querência humana,
Acreditando na morte da cruel saudade,
Afastei da mente a voz fria que chama,
Separei bons sentimentos da maldade.
Toda minha revolta acumulada no peito,
Um turbilhão de feras prontas a explodir,
Nos Caminhos de quimera, meu defeito,
Abatido espero, minha hora certa de partir.
Provei chorando a crueldade do tempo,
Sentindo a frieza do silêncio marginal,
Falsos amigos que se foram por orgulho,
Disseminando no meu peito esse mal.