Meia noite. Os trilhos estão quebrados e os dias se voltam para as vozes. Na ferida da noite as sobras escarram, mordem, lambem e pisam nossos olhares. Olhares sagrados dos murros dos mares.
Os amares amarrados ao meio dia trazem ao trem de partida, eterna dos cansados, as salivas estacionadas da vida. Vida ama dores de nós afogados, sem sabermos se o mar cabe no trem de voltar. Remendos, gotas, pedaços, o trem parindo bebidas dos nossos corpos trucidados e de nossas bocas unidas.
Decepados estes lábios se buscam em águas amoras garrafas. Maldita estação das almas de nos amarmos em gotículas.