Onde estão os verdejantes campos gramados; cadê os orgãos laminares das plantas que formam delicados tapetes, sob as árvores, quando chega o outono.
Sinto falta do refletir solarengo na umidade da atmosfera, que se condensa e é depositada sobre as superfícies frias nas manhãs gélidas de inverno.
O mesmo vento que, devido as diferenças de temperatura, joga uma folha de lá para cá, é esse que entra hostilmente através das formas quadriláteras e minúsculas, que são constituidas de barras de ferro, nesta prisão que me é imposta pela "justiça" da sociedade da qual eu
"faço parte".
Esse conceito de "justiça" aplicado pela sociedade, será que contém um principio correto
e justo?
Nós somos aqui encarcerados e tratados não como seres humanos, mas de maneira desumana e com desamor, por que?
Nós pagamos pelos nossos erros, durante anos, o preço da humilhação.
Pagamos com lágrimas de arrependimento, com saudades das pessoas que amamos e com desprezo próprio.
E depois de saldada a nossa dívida, o que seremos e do que faremos parte?
Por que para mim, e os meus irmãos, de cárcere só é dado o direito de não ter direito, aqui e após pagarmos a nossa conta com a sociedade e para com nós mesmos.