Usina de Letras
Usina de Letras
46 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 63159 )
Cartas ( 21349)
Contos (13300)
Cordel (10357)
Crônicas (22578)
Discursos (3248)
Ensaios - (10656)
Erótico (13589)
Frases (51649)
Humor (20171)
Infantil (5588)
Infanto Juvenil (4932)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1387)
Poesias (141277)
Redação (3357)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2442)
Textos Jurídicos (1966)
Textos Religiosos/Sermões (6349)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Prevendo 2003 -- 21/06/2002 - 16:30 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

PREVISÕES PARA 2003
(por Domingos Oliveira Medeiros)



Estamos em meados de 2002 e já podemos imaginar algumas mudanças para o próximo ano. O desemprego ficará próximo de cem por cento e, em consequência, será restabelecido, via medida provisória, o regime de escravidão no Brasil. Desse modo, o Partido dos Trabalhadores não tem mais sentido e será extinto. Lula continuará a andar de terno e gravata, unhas feitas e cabelos bem penteados. Talvez arrume uma vaga no próximo Big Brother e abandone a carreira política.

Exoneram-se, também, todos servidores públicos concursados e, por conseguinte, acaba o serviço público. Os aposentados perdem todos os seus direitos e são obrigados a devolver seus proventos ao Erário Público, com juros e correção monetária, incluindo a contribuição previdenciária, sob pena de serem condenados por enriquecimento ilícito.

Os economistas, que fazem parte da equipe económica do governo, passam a ser considerados verdadeiros bruxos, e são perseguidos pela igreja, acusados de magia negra. Alguns deles, antigos servidores do Banco Central e dos Ministérios da Fazenda e do Planejamento, são enforcados e queimados vivos, em praça pública, sob o delírio da população, que não entenderam, até agora, porque esses economistas venderam todas as empresas estatais, aumentaram impostos, multiplicaram a dívida pública por dez vezes, e não têm dinheiro para pagar mais do que R$200 reais de salário mínimo. Isso para quem tem emprego, pois a grande maioria de brasileiros continua de braços cruzados. E agora os dedos, também, temendo o pior.

Os banqueiros, sem os bancos e sem ter o que fazer, como sempre, são agraciados e recebem títulos de nobreza e passam (ou continuam) a viver às custas do novo governo. Para acabar com a violência e as enchentes nos estados, os governadores aproveitaram as chuvas para transformar as cidades alagadas em imensas hidroelétricas. Cresce a epidemia de febre amarela e outras doenças infecto-contagiosas. Mas a população, mesmo doente e sem dinheiro, continua a acreditar na seleção. A criação de zebra está modificando o hábito dos torcedores. Que não gostam mais de futebol. Preferem mais a zebra. É mais certa, E dá mais lucro.

Para diminuir o problema da seca do nordeste, o governo anexa, por decreto, os Estados do Piauí, Paraíba, Ceará e Pernambuco à Região Norte, onde a oferta de água é mais abundante. Órgãos humanos são clonados em série, e vendidos em supermercados, farmácias, correios e até em casas lotéricas. Na semana do rim, por exemplo, será possível comprar órgãos pela metade do preço, com cheque pré-datado para sessenta dias, sem juros. Morros e favelas, finalmente, passam a ser, oficialmente, território e reserva do narcotráfico e do contrabando de armas.

O crime organizado passa a ser o maior importador de armas bélicas do mundo inteiro. Há notícias de que os criminosos estão dominando a tecnologia atómica. Já produzem armas químicas e usam mísseis sofisticados.

O crime organizado passa a ter representação em quase todos os estados. São recriados o Banco Nacional da Habitação e o Movimento Brasileiro para Alfabetização, o MOBRAL, para coordenar, supervisionar e planejar as ações futuras, com vistas ao atendimento de moradia e educação dos filhos de escravos que vierem a ser alforriados.

Cria-se o Ministério da Defesa e Segurança. O Ministério da Mulher. O Ministério da criança. O Ministério do Idoso. O Ministério do Apagão. O Ministério das Coligações Partidárias. O Ministério da Dengue. O Ministério da Febre Amarela. O Ministério dos dossiÊs. Enfim, para cada problema que vai surgindo, o governo não perde tempo: ou cria uma comissão, ou embarca logo de ministério. Recriam-se, ainda, a SUDAM, a SUDENE, a SUDEPE, o Instituto de Açúcar do e do Álcool, o Instituto Brasileiro do Café, A Voz do Brasil, e a voz do povo que era a voz de Deus, foi o único voto vencido. O petróleo acaba no mundo todo. E o Brasil passa a importar álcool dos Estados Unidos da América.

O Congresso Nacional é extinto e, no seu lugar, cria-se o Instituto Nacional das Comissões Parlamentares de Inquérito, o INCPI. Os militares assumem o poder. Reinicia-se os grandes e tumultuados movimentos indiretos das "Diretas, Já", ou melhor, "Diretas de Novo".
Netos e filhos de políticos famosos, como António Carlos Magalhães, José Sarney, Lula Brizola, Serra, Ciro Gomes e aquele que hoje já é um rapazinho, candidatam-se à presidência do novo governo. A eleição termina com a vitória de um jovem alagoano, bem falante e simpático. O resto do filme todos sabemos. A história se repete. Novos planos económicos. Juros altos. Desemprego. Dívida externa. FMI. Reeleição. Horário de Verão. Horário eleitoral. Tudo sob controle. Menos o apagão. E a inflação. E os boatos, os riscos e a confusão.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui