Dia 5 de junho é Dia Mundial do Meio Ambiente. Não é dia de comemorações mas de reflexão. Oportunidade para unir esforços no sentido de legar aos nossos descendentes um ambiente sadio, livre da poluição que recebemos como herança.
Para não dizer que falta o que comemorar, podemos ao menos nos orgulhar de sermos a geração que levou o assunto a sério. A geração que, aos evidentes sinais de revolta demonstrados pela natureza, tomou o cuidado e a coragem de colocar o tema na ordem do dia. Quem levou a sério as mensagens recebidas de algumas poucas vozes que se levantaram desde há muito.
Lamentavelmente, quando se fala do assunto, o que vem à mente são as florestas, rios, mares, lagoas depredados. Animais em extinção. Empobrecimento de ecossistemas, habitat natural de diversos seres importantes para a manutenção da vida no planeta. Fica em segundo plano o debate sobre o habitat natural do ente mais importante da Terra, o ser humano.
Naturalmente, esse habitat seriam também as florestas. Mas, recebendo dos deuses o poder sobre o que há Ã sua volta e iludido pela atração da proximidade com seus semelhantes, o homem foi se civilizando, afastando-se cada vez mais do convívio com a mãe natureza e se urbanizando. Assim é que trocou seu habitat natural por um habitat criado para seu conforto e segurança: a cidade.
Mãe é coisa sagrada. Até hoje, o ser humano se afasta da família durante a adolescência para fugir da subserviência, criar o seu círculo. E, afinal, retorna, humilde, consciente da importància dela como refúgio, amparo, sustentáculo. Reconhece nela o princípio, meio e fim de toda a atividade humana. Reconhece na mãe a base e a razão de ser.
Parece que somos todos adolescentes fugidos de casa, achando tudo da mãe, todos os cuidados, todas as recomendações, uma chatice desnecessária.
Não nos damos conta da importància de dedicarmos um pouco do nosso "precioso" tempo à reflexão sobre o ecossistema que criamos para nós. As grandes cidades estão completamente degradadas e não podemos nos limitar a salvar florestas, rios, mares, lagoas e demais seres viventes. Precisamos urgentemente tomar consciência de que a principal vítima dessa degradação ambiental não consta da lista de seres vivos ameaçados de extinção. As grandes cidades já não têm mais água, não têm mais espaço, não têm mais a segurança que imagináramos encontrar.
Para complementar o trabalho de preservação do meio ambiente, precisamos pensar em preservar nosso habitat. E o meio mais seguro para isso é voltar os olhos para as vilas, povoados e pequenas cidades, carentes de infra-estrutura porque carentes de habitantes; ao contrário das megalópoles, carentes de conforto e de segurança porque não comportam tanta gente junta. Ou seja, uma maneira de "despoluir" nosso meio ambiente é diminuir, nas grandes cidades, o excesso desse contingente, disseminando-o pelo imenso território necessitado dele.