Usina de Letras
Usina de Letras
216 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 


Artigos ( 62809 )
Cartas ( 21343)
Contos (13288)
Cordel (10347)
Crônicas (22568)
Discursos (3245)
Ensaios - (10539)
Erótico (13585)
Frases (51196)
Humor (20118)
Infantil (5544)
Infanto Juvenil (4873)
Letras de Música (5465)
Peça de Teatro (1379)
Poesias (141094)
Redação (3341)
Roteiro de Filme ou Novela (1065)
Teses / Monologos (2439)
Textos Jurídicos (1965)
Textos Religiosos/Sermões (6300)

 

LEGENDAS
( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )
( ! )- Texto com Comentários

 

Nossa Proposta
Nota Legal
Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Cronicas-->Solidão -- 07/07/2002 - 00:01 (José Ronald Cavalcante Soares) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Renato, ganhou o quadro num sorteio realizado no escritório.
O saguão do prédio servira de exposição para vários pintores iniciantes e o chefe, para incentivar, resolvera ficar com três telas: duas ele doara para a Fundação cultural que tinha o seu nome e o terceiro, para estimular o gosto pela pinacoteca entre os seus auxiliares, entendeu de fazer um sorteio.
= Vinte e dois! Vinte e dois!
Renato custou a acreditar. Jamais ganhara coisa alguma. Mas, a voz de barítono do chefe, repetia o seu número:
= Vinte e dois!...
Era o seu número. Levantou-se. Palmas, assobios, frases:
= Marmelada, marmelada...
Olhou o quadro rapidamente, embrulhou=o novamente.
Quando chegou em casa, desembrulhou a tela e ficou olhando longamente para quela paisagem cinzenta, uma cena marinha, uma praia quase deserta com um único barco encalhado e o pano da vela agitado pelo vento, adelgaçando-se, misturando=se com as ralas nuvens cinzas do firmamento indefinido...
E o pintor escrevera com uma letra tremida o nome da tela: Solidão.
De repente, Renato se deu conta de que estava sozinho no apartamento enorme.
Na sua memória, lentamente, começaram a voltar as vozes que outrora enchiam aquelas paredes de alegria: Sónia, a esposa jovem e bonita; Emília, a filha de cinco anos, que vinha lhe fazer carinhos quando voltava do trabalho e, porque não,as frases carregadas do sotaque nordestino da Cleonice, a empregada que tanto sabia zelar pelas suas coisas.
Olhava para a tela e sentia o peso insuportável da solidão...
Um nó na garganta, uma estranha opressão no peito, uma vontade insopitável de experimentar aquilo tudo outra vez...
Olhava para o telefone e, por mais de uma vez, a sua mão afoita retirou o fone do gancho, mas a covardia matou o gesto antes da concretização...
Então, passando os dedos aflitos pela tela áspera, chorou silenciosamente o pranto amargo da solidão.
Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui