Quando vier ao meu leito
Se faça de mulher vulgar
Com prosaico trejeito
Relute em se entregar
Venha arfando o peito
Como puta para amar.
Com roupas extravagantes
Faça um gesto obsceno
Outros gestos excitantes
Mostrando o seu veneno
Dê gritos alucinantes
Chame-me de seu moreno.
De cinta-liga vermelha
Um pouco embriagada
Soltando sua centelha
Como loba encurralada
Numa pele de ovelha
Chapeuzinho disfarçada.
Fale muitas baixarias
Na sua volúpia, grite
Faça suas estripulias
Uma rameira imite
Provoque-me com folias
E me ame sem limite.
Devore-me com uma fera
Prostituta e sensual
Sensualíssima e bela
Num banquete animal
No gozo que te espera
Um amor lindo e imoral.
Se enrosque como serpente
Entre as pernas apertando
Sentindo meu corpo quente
E meu amor derramando
Num amor louco e indecente
Como mulher vai gozando.