Covas rasas
Quem são os culpados?
Autora: Autora: Keyla Virginia
Keyla25@aol.com
Covas rasas é um nome de um filme que assistir onde três amigos moravam juntos resolveram alugar mais um quarto, eles alugaram para um homem estranho o filme só começa a ter emoção quando eles encontram o homem morto e a única coisa que ele deixou foi uma maleta de dinheiro. Os três resolveram enterrar o homem e ficaram com o dinheiro, através desse filme vi como as pessoas são capazes de mudar de caráter de um dia para outro, três jovens normais com bons empregos como podem de uma hora pra mudar. Ninguém iria desconfiar d nada, mas eles próprios cavaram a cova e caíram nela.
A vida é assim nunca desconfiamos de ninguém que está bem socialmente, tem boa aparência. Nós só nos preocupamos com aqueles maltrapilhos, viciados, aqueles que não se deram bem na vida. Na verdade temos medo deles.
Mas achar os verdadeiros culpados dessas covas rasas que o Brasil ta cheio, vai ser difícil. Alguém sabe onde estão a verdadeira bagunça que virou a justiça, a política e o governo?
Agora todos estão se mexendo, estão indignados, imobilizados com tamanha crueldade. Sobem o morro se mobilizam para reviver cemitérios clandestinos e remexer covas rasas na busca das arcadas dentarias e ossos. Quantas pessoas foram mortas friamente por mãos de traficantes.
Mas quem são esses crimonossos? Que fazem de um país o que querem. Li que a maioria deles são semi-analfabetos pobres, com menos de 25 anos de idade. O crime organizado se ergue como novo Estado, onde eles têm suas leis, seu presidente, seus aliados, seus inimigos. E nós ficamos assistindo pela tv homens como Tim Lopes, e a prisão do cantor Bela virou espetáculo em nome de uma indignação circunstancial. No Brasil se prende um acham que já fizeram muito. Prendem o juiz Nicolau, e esqueceram dos outros tantos corruptos que são desmascarados todos os dias, jornalistas filmam, fazem á sua parte a verdade pode ser mostrada a qualquer hora porque estão gravadas, mas quando a outra programação fica chata.
Temos a mania de sempre culpar alguém, culparam até a microcàmeras, dizem que é uma violação a privacidade alheia. Tudo bem que seja, mais se não fossem càmeras ocultas em 1998 onde um grupo de dez policiais militares torturava, espancava, constrangia e assassinava quem passasse pela favela naval, em Diadema, na grande São Paulo.
A rede globo mostrou a realidade de que as pessoas viviam mais não via na tv. E ai todos nós sabemos o que aconteceu o governo tinha que agir criou a secretaria nacional dos direitos humanos.
Sei que a incompetência os governantes, aliados ao quadro social preocupante, alimenta o estado de revolta e os impulsos para o crescimento da criminalidade. Sabe-se com absoluta certeza, onde se instalam os grupos marginais que traficam drogas, comandam assassinatos, compram e vendem armas e subornam autoridades policiais.
E o que eles estão fazendo? Estão cavando covas rasas atrás de restos mortais de quem já se foram.
Temos que mudar o nosso modo de julgar, de ver a realidade. Essas pessoas só têm um cominho, a do crime sabemos que as relações sociais são injustas, eles não têm moradia, alimentos, oportunidades. Quando abrirmos os olhos para ver a realidade que por trás da cidade grande existem seres humanos precisando de ajuda.
Quando os políticos deixarem a vaidade de lado e buscarem, soluções e a primeira dela são a construção de uma democracia, e reduzir as desigualdades sociais. Para que afinal seja edificada uma sociedade fraterna, onde uma criança brinque com brinquedos e não com armas.
Estamos vivendo com insegurança, medo e a incerteza do dia a dia. Nos refugiamos em nossa casa e esquecemos a do vizinho e assistimos televisão.
Para finalizar achei importante esse trecho que li no Correio Brasiliense escrita por Luis costa pinto do dia 13/06/2002.
`´Não, meus caros, nós não temos de nos resignar com o crime. Não podemos ficar encurralados pelo medo. Certamente, Tim Lopes não foi o único ser humano, brutalizado pelos selvagens traficantes dos morros. Seguramente, não terá sido o ultimo. Estamos em guerra. O estado parece só te-la percebido e dimensionado quando a vitima foi o funcionário de um grande conglomerado de comunicação. A classe média perdeu um dos seus, e isso revolta. Reagir agora é melhor do que jamais reagir, mas assistir a homens públicos fingirem-se perplexos diante das noticias de serviçais a que o jornalista foi submetido é a hipocrisia. Eles sempre souberam que era assim jamais, porém, acreditavam que a vitima seria alguém próximo aos seus. Foi. `´
