É noite de lua. Há muitos anos atrás, li uma crónica sobre a descoberta da lua, escrita por Antonio Maria, mostrando como na verticalizada cidade do Rio de Janeiro, as pessoas já não tinham tempo para ver a lua. E eu, morando numa cidade ainda horizontalizada, não podia imaginar os queixumes do cronista e as suas revelações sobre a lua do Rio.
Os anos passaram, a nossa cidade, infelizmente, cresceu demasiadamente, os homens se empoleiraram nos arranha-céus e o fenómeno tão bem explicitado por Antonio Maria, tornou-se nosso conhecido.
De tanto andar apressado, com os olhos voltados para frente, sem ter tempo para acompanhar a lua nas suas evoluções.
Se a gente ficar olhando, pode até perder o equilíbrio e ser, Deus nos livre, atropelado por um desses carros malucos em disparada...