Ler. Isto é o que farei hoje. Mergulhar nos livros como era costume desde os sete anos. Minha mãe chamava para o almoço: "Vem ,menino, tá na hora do almoço". Mas, absorto nas leituras, eu nem sentia fome. Viajava pelos atlas: Itália dos meus maiores; França das cortes aristocráticas; Inglaterra dos reis e rainhas e do parlamento; Rússia de Tolstoi, Gorki, Dostoiewski; Suécia, nórdica e loura; Alemanha, infelizmente, associada a Hitler.
Mas, havia a leitura dos clássicos, da filosofia, da literatura, dos ensaios.
Na estante, esperando manuseio, redescubro o dorso de muitos livros, escritos para os leitores mais variados e fico pensando que os livros, também, na alma de cada um, produzem efeito variado, assim como o suicídio de alguém no romance de Érico Veríssimo, testemunhado por várias pessoas e, por causa da singularidade de cada um, as reações são inteiramente diversas, extamente com o autor gaúcho mencionou: uma pedra que cai ao lago...as circunferências concêntricas que a queda da pedra provoca na superfícia da água. Mas, nós ainda temos que considerar que a pedra desce ao fundo e, aí já tem início uma outra história.
"Menino, tá na hora do almoço", a voz de minha mãe vem de alguma esquina do passado...Mas, eu já estou passando de maduro. O livro, em minhas mãos, continua a trazer enlevo e satisfação...hoje, assim como nos outros dias, é tempo de leitura..."o livro caindo n alma..."