E a vida se esvai em memórias já quase apagadas e pouco distorcidas a favor do que irá morrer brevemente... E tudo então se transforma e perde significado mutando perante as vésperas do mais breve fato e tão certo para os homens quanto o de que Deus existe e os ama... Ama o que é podre e se desfaz, se mutila e se suja cada vez mais longe Deste e tão perto do fim tão cedo e constante esquecido... Cruel fim, cruelmente tratado... Pobre e esquecido Deus... Filhos Teus feitos de barro, de lodo, de excremento, semideuses arrogantes e hipócritas que não Te reconhecem e tão distante de Ti desejam permanecer, nas sombras e na distorção, maravilhoso mundo perfeito este longe de Ti, puro... Filhos estes que de tão feios, tão belos por Tua piedade, de tão pequenos e miseráveis, heróis aplaudidos e festejados por suas dificuldades e seus erros... Bons são os que pecam, pois estes são frágeis, e belos aos irmãos são os frágeis pois estes se reconhecem e bons amigos se tornam... E a morte então chega, e converte o parvo em bom moço, a decadente história em exemplo de vida.... E o povo porco que fala do canonizado pela morte, espalha, cultua e aumenta o mito louvando a podridão que lhes faz parte, proferindo o amor aos espelhos defeituosos que dizem que esta raça é bela escondendo a podre situação que lhes é inerente, criatura de Deus... Abençoada seja a morte aos pobres de espírito e aos que procuram reviver em comentários o que nunca tiveram coragem de ser, ou sequer cogitar.
Deus louvado seja este que envia seus filhos à terra para provar da merda que são feitos e, sem jamais suportar ou reter o pranto, evoluir até que chegue a Morte, bondosa, para escolher quem já sofreu demais e póde aprender... E eis então o fim... Amável fim.