Uma tarde sem me recostar. Uma tarde sem poder me alimentar e desaguar minhas lembranças.
Subia por um rio que, havia um tempo, cortara-me o trajeto que fazia. A caminhada não tinha rumo, apenas servia de consolo à s minhas aspirações em dias de desànimo, como era aquele.
Os gravetos, as folhas, tudo fazia uma sinestésica harmonia em meus sentidos. Minhas palavras fluiam, minhas idéias eram todas minhas e das coisas que por ali encontrava.
A beleza era singela. Ao andar sentia um perfume que me inebriava e fazia-me sentir em cada ponto do corpo uma sensação diferente.
Todos aqueles dias tinham sido difíceis. Minha vida não era mais a mesma, mesmo que eu quisessse, que eu desejasse o mais que pudesse, minha vida sucumbiria à quele sentimento de torpor que percorria minhas veias entupidas de verdades.
Sem poder recostar a cabeça num colo gentil eu fugia das coisas que me lembravam da situação.
Uma lembrança que me abalava era quando via tudo o que havia perdido e que jamais sentiria num toque, num sussurro, num sorriso, um beijo sequer...