Cai a chuva como se fosse para me provocar, cai em golpes impiedosos e não fatais, bem devagar, cortando pouco a pouco dolorosamente o que resta de esperança em minha alma.
Então me escondo em um porão onde posso aliviar minha dor e esquecer de mim, pelo menos por cem anos posso me calar e seguir cautelosamente meu soturno destino. Eu não pedi para ter um destino.
Que loucura de vida, mais pareço um sonàmbulo incapaz de acordar e botar fim a andanças sem sentido e sem direção. Prefiro o pesadelo, pelo menos estou deitado e posso acordar quando bem entender botando um fim, interrompendo este destino que eu não fiz.
Não ha como escapar da chuva, fecho os olhos e a escuto, tampo os ouvidos e os olhos e sinto a brisa, me tranco no porão e ela não me sai da cabeça. Só vejo uma saida...acordar.