Viver a liberdade
É poder falar pára o mundo
Do sentimento de um povo,
É ver crescidos os conhecimentos
Adquiridos pela linha afora,
Numa organização profunda
De uma vivência comunitária.
Olho o meu passado,
E nele, as lembranças retratam.
O pescoço calejado de uma canga pesada.
São cicatrizes demonstrando
O gado ferrado pelo seu dono.
São dores fortes
Dos calos de minha mão
Fazendo dos gemidos
A melodia angustiada
De uma noite duradoura.
Foi quando apareceu no sertão baiano,
Um ajuntamento simpatista
Que conseguiu com sua força,
Ajuntar uma comunidade irmã.
Alí era um outro mundo
Longe das opressões e da fome
E tudo que a terra oferecia,
Eram repartidos pacificamente.
A esperança chegava naquele lugar
E com elas mais pessoas
Que fortaleciam o grande ajuntamento.
O trigo novamente estava gerando o pão.
A felicidade estampava em cada rosto
Levando a notícia para os quatro cantos.
Foram aparecendo os joios
Para sufocar os trigos
E lutas foram travadas em vão.
Mas as idéias desta organização
Ficaram impregnadas:
Nas roças, nas vilas e cidades.
O povo não deixou de lutar
Contra a opressão e a fome.