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Cronicas-->Um Episódio de Arquivo X, um Filme e um Santo -- 31/08/2002 - 00:41 (Abilio Terra Junior) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Um Episódio de Arquivo X, um Filme e um Santo

Abilio Terra Junior

No episódio que antecedeu o último de Arquivo X, um homem vive como um solitário, pois possuía tamanho poder mental que transformava em realidade seus pensamentos. Mas, cada vez que utilizava esse poder, perdia tamanha energia que estava se destruindo. Ao reencontrar um pesquisador que o analisara quando criança, (pois possuía esse poder desde essa época, mas o fora perdendo à medida que estreitava sua amizade com o pesquisador, que, justamente por essa razão, perdeu o seu interesse por ele), já no leito de um hospital, o agente John Dogget, ajudado por Monica Reyes e Dana Scully, faz com que o pesquisador, já idoso, perceba que o fenomenal indivíduo, na verdade, necessitava da figura paterna, que lhe faltara desde a infància. Isso faz com que o pesquisador se reaproxime da sua antiga "cobaia", mas, agora, já o vendo como um ser humano.
Ele caminhava na avenida e pensava nesse episódio e no que ele simbolizava.
E também pensava no filme Crepúsculo dos Deuses, que assistira há muito tempo, e, de novo, na TV, há alguns dias. Nele, um jovem roteirista, Joe Gillis, representado pelo ator William Holden, sem conseguir que seus roteiros sejam aceitos e sem dinheiro, acaba se entregando ao luxo, orgulho e carência, de uma antiga diva do cinema mudo, Norma Desmond, vivida por Gloria Swanson. Ele reescreve um roteiro intrincado e péssimo escrito por ela, "Salomé", e aceita morar em sua decadente mansão.
Ela se apaixona por ele e ele sai às escondidas, à noite, para escrever com uma amiga, noiva de um seu amigo, um roteiro, mas esta também se apaixona por ele. No final, ele a leva a mansão, onde se humilha perante ela ao mostrar-se, em sua posição de dependência, a partir de um telefonema da ex-diva para ela. Ele tenta, então, sair do domínio da antiga estrela, mas é por ela assassinado com três tiros e cai na piscina, que ele sempre desejara ter. É dali, já morto, que ele conta a sua história. O diretor, Billy Wilder, austríaco radicado nos EUA, nesse filme tece uma contundente crítica a Hollywood. O mordomo é vivido por Erich von Stroheim, um dos grandes diretores do cinema mudo, que, no filme, representa o atual mordomo, e antigo diretor e marido da grande estrela. Ele a descobrira, aos dezesseis anos de idade, e, agora, a protegia, inclusive, escrevendo cartas endereçadas a ela, como se fossem de ardorosos fãs.
Tantos pensamentos... o que tinham a ver com ele? A não ser o fato de que era escritor, já pensara em ser roteirista, mas tinha uma grande dúvida se conseguiria que seus roteiros fossem aceitos, tal e qual o personagem daquele filme.
No mais, aquele episódio de Arquivo X talvez o remetesse à uma metáfora do poder que um escritor detêm em suas mãos, ao escrever para o público. Mas, influenciaria tanto assim? Acreditava que não. E daí, a sempre latente luta interna entre o poder e o amor, ou a afetividade, melhor dizendo.
Resolveu entrar em uma exposição de quadros, objetos e esculturas do período colonial. Lá, viu uma imagem de um santo, com a cabeça aberta por um machado. Assim ele fora assassinado. Ele havia sido filho de hereges, seus pais foram maniqueus. Já adulto, no entanto, ele perseguira com extrema violência esses mesmos hereges. Isso o deixou surpreso. Observou com atenção a imagem, bem no estilo da época, em tamanho natural, tentando entender o que se passara na mente daquele homem, transformado em santo pela Igreja. Pouco depois, sentiu estranhas vibrações em si mesmo, nada agradáveis, pelo contrário, parecia que alguma coisa bem ruim da tal imagem passara para ele. Saiu dali com aquele mal estar, chateado e arrependido de haver visto e observado aquela imagem. Difícil de explicar, mas acontecera...
Dali talvez até pudesse escrever um roteiro... para o Arquivo X... se a série não tivesse acabado...




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