Ontem ele estava bonito. Sei lá. Parecia arrumado. De camisa, calça jeans escura e sapato, com cara de gente responsável.
A Lu disse que ele parece um ursinho. E não é que parece mesmo! Todo fofo, que dá vontade de morder, apertar e nunca mais largar.
É tão bom ficar lembrando. O cheiro, o beijo, o gosto, o toque, a voz, todos os sons, enfim. Tão bom. Ai, ai. Suspiro feito uma apaixonada, credo. Odeio gente apaixonada e estou virando uma. Mas, não tenho culpa de não conseguir esquecer aquele olhar, aquela boquinha que já abrigou tantos baseados compartilhados.
Que terrível que é esperar até amanhã para poder abraçá-lo. Esperar é, talvez, a pior coisa do mundo. E abraço é, talvez (veja bem: talvez!) a melhor.
A Lu me chamaria de safadona se me ouvisse dizer isso.
Ó, uma noite inteira seria muito bom! Sabe o que eu queria? Queria dormir grudadinha nele, assim juntinho, apertadinho. Todos os dias. Não precisa nem de sexo, na boa. Às vezes eu quero só isso.
Ê tristeza. Isso é agonizante, credo!