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Cronicas-->O último que saiu roubou a làmpada -- 16/09/2002 - 18:00 (Wilson Gordon Parker) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O último que saiu roubou a làmpada

Em março de 1964 os militares roubaram a làmpada que iluminava a nossa democracia. Paradoxalmente, eles prometiam uma nova luz em nossas vidas, muita ordem e progresso, trabalho para todos, honestidade espartana, e uma luz estrelar no fim do túnel.

Aconteceu tudo ao contrário.

Como eles haviam sido contratados pelas elites sociais, para executar a quartelada "moralizadora", trataram de cumprir o seu papel, começando neste período da nossa história, a grande desigualdade na distribuição de renda.

Os banqueiros no exterior exultavam com os empréstimos que nos forneciam. Os militares torturadores tinham no FMI uma ficha cadastral de fazer inveja a qualquer "rockfeller" da vida. O Brasil endivida-se alegremente.

Enquanto isto acontecia, uma geração de corruptos ia se formando nas salas do enorme quartel em que se transformara o País.

A nossa dívida externa subia, e os amigos dos militares ganhavam enormes comissões em cada empréstimo que conseguiam fechar com os agentes financeiros.

Todas as grandes firmas mantinham em seus quadros de executivos, alguns oficiais que tinham influência no comando militar de Brasília.

Enquanto isso acontecia, o trabalhador brasileiro ia perdendo todas as suas conquistas sociais.

No governo de Juscelino, o salário mínimo recuperou o valor inicial que tinha em 1940. Daí em diante, ele só fez perder, e hoje em dia vale somente 20 % do que valia quando foi instituído. E o nosso PIB per capita atual é "cinco" vezes maior do que em 1940.

Esta é a maior prova da apropriação de renda que acontece no Brasil. No popular, isto quer dizer que o valor do nosso trabalho é roubado descaradamente de nossos salários.

Nesta era do reinado dos "Fernandos", a coisa piorou por todos os lados. O primeiro Fernando da série, foi demitido como ladrão. Parece que roubava mas não deixava os outros roubarem. Tentar manter o monopólio do roubo é um erro fatal em qualquer parte do mundo.

Depois do curto período Collor/PCFarias, veio o reinado de FHC, no qual a meta prioritária é seguir a risca o acordo firmado com o FMI.

Neste período, roubou-se muito, fortunas foram feitas rapidamente, o povo não sabia de nada, mas, sabe-se lá porque, alguma coisa aconteceu, e a grande mídia resolveu denunciar a roubalheira que acontecia nos salões do "monarca" FHC.

Segundo estimativas otimistas, 40 % de todo o dinheiro que entra no caixa do governo, vai parar no bolso dos ladrões.

O que sobra desta rapinagem, destina-se para o pagamento de salários, cobrir os rombos deixados pelos banqueiros falidos, para que os mesmos não tenham que entregar os seus bens de primeira necessidade, tais como iates, fazendas, mansões no exterior, etc.

Enfim, não sobra muita grana para ser usada em favor de obras sociais e públicas, essas coisas que propiciam uma melhora no bem estar do povo.

Sempre pensando nas "prioridades" acima descritas, o governo federal nunca se importou com os avisos que foram feitos pelos técnicos da área de energia elétrica, pois desde 1993 a capacidade instalada vem aumentando em 3 % ao ano, enquanto o consumo cresce em 5 % ao ano. Até 1989, os investimentos no setor elétrico eram de de 20 bilhões de reais por ano. Nos últimos anos, esse valor caiu para 8 bilhões.

Não é preciso ser nenhum gênio matemático para perceber que um dia a luz ia faltar.

Como 97 % das usinas produtoras de energia são hidrelétricas, com grandes reservatórios, quando acontece uma escassez de chuva como a atual, que vem desde 1997, e nenhum projeto é executado para que se tenha uma melhor distribuição da energia que existe no País, a única coisa certa é o País se afundar numa grave crise como a atual.

As hidrelétricas do norte e do sul estão com energia sobrando, mas o ministro Pedro Malan não quis fazer obras no sistema de distribuição, para que o déficit público não saísse fora de controle, o que poderia irritar o FMI.

O estado ainda mantem sob controle 80 % da geração de energia, mas a equipe económica proibiu que as estatais fizessem qualquer investimento.

No modelo de privatização do sistema elétrico no Brasil, não está previsto a expansão do setor. Os compradores só querem lucrar. Nada de obras. Um verdadeiro mamão com açúcar.

Nos Estados Unidos, onde a empresa privada predomina, as hidrelétricas são empresas públicas.

Em 1995 a Eletrobrás advertiu o Ministério das Minas e Energia que seria certo se ter um racionamento de 10 % a partir de 2001.

Em janeiro de 1999, a secretaria de Energia do Estado do Rio Grande do Sul, que tinha tido 31 cortes de luz, alertou o governo federal dizendo que isto também poderia acontecer com o resto do País.

A partir do dia 01 de junho, vamos ter apagões de várias horas por dia. Um verdadeiro caos vai se instalar em nossas vidas, e nós pagamos a energia mais cara do mundo. Talvez tenhamos até que enfrentar um toque de recolher, e todos os brasileiros sejam obrigados a dormir as 22:00 h.

O novo dono do Brasil, Pedro Parente, designado chefe do racionamento, não entende nada sobre política de energia elétrica, tanto assim que reuniu a imprensa na sede da petrobrás no último dia 11/05, para dizer que não sabia o que fazer. Na ocasião, ele ainda nem sabia o nome do Operador Nacional do Sistema Elétrico.

Com o dinheiro que é roubado dos cofres públicos, poderiamos ter o País mais iluminado do mundo.

Descobrimos que não temos nem uma vela no fim do túnel.
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