Sou fruto do tempo, mas não tenho mensagem.
Sou horda do passado, mas não tenho histórias.
Correndo,
passo às bordas arenadas, sem
roçá-las,
e vesgo olheiros de musgos à s margens de meu poço.
Se afundo, a altura é minha,
a cor é escura, e sou dono dela,
se desço, a distància me compõe,
entre o que há mais de vazio,
o que fala mais de solidão.
E, hoje, arrependido,
só peço perdão a quem não houve.
Mas,como advinhar que meu pai tinha razão.
Como advinhar que a vida dá voltas e,numa delas, ele desaparece feito
ave fugindo da noite?
Hoje,sozinho,meus pesadelos simples se convertem em angústias aameixadas de dor.
E me pergunto, enquanto profundo:
Pai, porque não olhei à volta, quando me chamou de filho?