Naquela planície enorme, bem n a extremidade sul, percebia-se o vulto longínquo de uma montanha, que marcava o início de uma região acidentada, com elevações e depressões. Os habitantes, recebendo as terras dos maiores, viviam da agricultura mecanizada, produzindo feijão, milho, trigo e beterraba. Era um povo pacato, alegre, musical.
Encaravam a montanha como uma sentinela, ali postada no final da região plana, sem cobertura vegetal de algum significado, imprestável para a prática agrícola, pois o solo era pura pedra e não havia água.
A montanha mostrara-se quieta e tranquila por todos os séculos que os historiadores podiam relembrar e coletar nas suas pesquisas.
Naquela noite, entretanto, ouviu-se um grande estrondo. A montanha sacudiu suas entranhas e começou a cuspir fogo e lava incandescente.
O rio de fogo alastrou-se pela planícia e foi soterrando casas e engolindo as plantações.
Os moradores, atónitos, procuravam fugir para bem longe.
Durou cerca de dois meses a erupção. Quando cessou, o vale fértil se transformara em cemitério de vegetação. As casas todas destruídas.
Os habitantes daquelas plagas fugiram. Muitos anos irão passar até que as coisas, a pouco e pouco, possam reviver.