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Cronicas-->O Mar da Velha -- 14/11/2002 - 23:17 (Saul Gomes Da Cruz/ Saunaka Rsi Das) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Os barcos, ainda amarrados, o mar mechido, redes, material de pesca, algazarra do inicio da manhã. Mais um dia de pesca? Vai depender da Velha!
Varios homens queimados de Sol, do sal, da labuta com esse velho e enorme mar. Simples agua e sal, mas de um misterio profundo que só a velha conhece. Todos param, olham em direção a vila:
Lá vem a velha! Algumas crianças correm. Figura poderosa, todos aqueles meninos e meninas e os pequenos rebentos ainda no colo das mulheres, que timidas saem de suas casas para seguirem de longe a velha, tem seus nomes dado por ela. Batizou a todos com água do mar, até mesmo os pais e mães desses pais e mães, meu Deus ela manda aqui por toda vida! Ela conhece a vida de cada um da vila, seus sinais, cura suas doenças, os recebeu ao nascerem eo encaminhara na morte. Ela é o norte e a sorte dessa gente da beira mar.Sabe reza, conhece o tempo de ontem de hoje e de amanhã. Lá vem com sua cabeleira branca, como espuma de mar revolto, aqueles olhos em brasa, rosto enrrugado seco pelo tempo de sempre, parecido a mar escalpelado. Passo duro de espantar fantasma e segredos que até o oceano desconhece. Na sua chegada até o sol se intimida, o mar parece querer recuar!
Sem olhar para ninguem vai até o mar aguarda sete ondas e com a mão em com a mão direita em concha pega um pouco do mar medroso, experimenta, cospe na areia, prescruta o céu e levanta a mão direita com o punho cerrado e diz firme como trovão:
_ Hoje não tem pesca não...
Volta-se, seca firme, descalça, acarecia a cabeça de um menino e sem dizer nada retorna com passos apressados, levando o vento e todo misterio junto para a clareira, parA sua cabana ao lado da Bica, cercada de ervas para todos os desconfortos e descaminhos. Na sua saida o mar se agita, o sol mostra de novo a cara e lá longe além da primeira linha do horizonte escurece.
Os pescadores guardam as redes, todo o material da labuta, hoje não tem mar. As mulheres entram em suas cabanas atarefadas, hoje terão seus homens por um dia inteiro. A bodega estará cheia de conversa de mar. Hoje é dia de terra a velha falou! Tem sido assim por todo tempo, ninguem sabe ao certo desde quando. Ela sempre esteve aqui, sua palavra é lei, Mar, terra, céu e as estrelas tudo existe sem desarrumação por aqui por causa dela. O amargor, nossas desditas, o medo das crianças, ela manda tudo para o longe do mar, lá onde galo não canta e boi não mugi. Junta homem e mulher, aconselha nos desasossegos, toma conta de tudo por aqui, esperando com seriedade o dia final. Até lá, tudo deve estar no seu lugar, diz sempre que não vai economizar reza. Todos ouvem um canto triste que vem lá da clareira, do casebre, é a velha cantando para acalmar o seu velho mar, para amanhã a vida seguir comprinda na sua labuta.
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