Novamente à s voltas com à s moscas. De um lado, o abafado do verão, do outro a brisa do tamanho de um brinco que não dava nem para espargir o resto do tabaco.
Roçando de muito suave o batente de madeira, minha cadeira com arcos roliços,rangia metódica e popular.Era com aquele ritmo que alguns pássaros de resfolegavam de alegria ao meu redor.
Moscas, na verdade, havia, Mas elas não chegavam a molestar. Eram de um bando pequeno, sem porta-voz, mal não faziam.
Perguntei a Maria, que parecia despertar de um cochilo,se se sentia bem. Ela consentiu com um largo sorriso.
Mas, bem disposta, se despertou; ela disse que tinha que visitar seus pais.
Eu concordei de imediato. Ela se espreguiçou de modo macio, sombreando com sua figura naquele varandão abandonado.
- Vou me pór a caminho - disse ela sem pressa - tenho que arrumar minhas coisas.
- Até, então - disse eu, parecendo refletir alguma saudade.
- Que alguma coisa para os filhos? - Perguntou ela.
- Dê abraços e diga que apareço.
Você será sempre o amor de minha vida. Você é um homem bom demais - replicou ela, num tom melancólico.
Então, num gesto rápido ela desapareceu. Voltava para o século XV. Eu ainda desarvorado com a partida dela, refleti um pouco e logo descobri:minha irmã casaria dentro de uma semana, e que tal passar lá algum tempo? Rápido parti para o ano de 2078. Quando surgi foi festa para todos. Dessa alegria espontànea!
Antes,na viagem, meditava comigo: como era bom ser fantasma em pleno século XXI !