Quão foi minha decepção quando me contaram que as nuvens eram intocáveis, que eu não poderia deitar nelas ou pular sobre uma a uma pelo céu, que eram feitas de gás e se dissipariam por entre as minhas mãos e eu as atravessaria até o chão se eu chegasse até elas...
Quão foi minha decepção quando as coisas começaram a morrer. E até as nuvens, Deus, até as nuvens foram tiradas de mim, sumiram das minhas mãos. Ó, Deus, por quê? Por que a morte da vida é tão voraz e machuca a quem fica e observa a beleza transitória e fugaz, assim como as flores que secaram lá onde eu já não moro mais? Por que ensinaram pra gente que não era bem assim, que as nuvens não são de algodão doce, que o Sol não sorri feliz e que a chuva não é o choro Teu? Por que a gente foi crescer, Deus?