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Cronicas-->Chega de Máquinas - Queremos Seres -- 26/07/2000 - 16:38 (Guilherme Gouvea) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Passo no banco que não libera o meu dinheiro. Diz a máquina que deu erro de leitura do cartão. Sem verba para o ónibus, ando em círculos procurando solução. Lembrei do amigo que trabalha no shopping e a pé vou, na busca do empréstimo salvador. Sol forte, suor escorrendo da testa e circulando o sovaco, formando uma mancha escura na camisa. Acelero os passos rumo ao ar-condicionado.

Na entrada do grande centro dois jovens discutem:
- É o maior do Estado, sim, eu tenho certeza.
- Não é, o maior é o de Blumenau.

E fiquei sacando como as pessoas defendem o shopping como um espaço público, marco de desenvolvimento e coisa e tal. Mas como prefiro as praças não dei maior importància e acomodei-me na escada rolante que, sem explicação, parou.

Antes que iniciasse as passadas sou atropelado pelo senhor mau-humorado que sobe xingando:
- quanto mais pressa...
Como havia sido vítima da máquina há poucos, também deixei passar em branco, me divertindo com a tecnologia que trabalha para ganhar o tempo cada vez mais curto. Chego no terceiro e, de tanto andar, vou ao banheiro lavar as mãos, o rosto e tentar secar um pouco do sovaco antes que precise trancar os braços para não ser indesejável.
Dirijo as mãos rapidamente à corrente d´àgua que pára. Aperto o botão novamente e, mergulhadas mãos, corta-se a água novamente. Dirijo-me à pia ao lado e finalmente enxáguo as mãos. Aperto o porta detergentes e volto ao dispositivo d´água. Antes que removesse todo o sabão a água acaba. Faltava pouquinho, mas, apertei novamente e acabei antes de a água parar. Ficou lá desperdiçando o líquido precioso por mais uns segundos enquanto procurava secar as mãos e o rosto.

Olho para os lados e nada de papel. Há, no lugar de papel reciclado, um aparelho elétrico que ventila as mãos para secá-las. Além de desperdiçar energia é muito ruim de secar as mãos. E o rosto? Pensei em ficar com a cara abaixada, mas o banheiro cheio me inibe. Espero uns minutos, para ver se o pessoal saía, mas nada. O negócio é secar na camisa, já encharcada de suor, esfregando nas mangas o suor-água, como crianças que tomam sopa e torcem a cabeça para limpar a boca, dos punhos ao ombro - ou vice-versa.

Mas onde fica mesmo a loja? Rodo de um lado para o outro e nada. Tento localizá-la através do computador, mas o nome em inglês me confunde e não sei escrevê-lo corretamente. Diz a máquina que não existe a tal loja. Bofeteio o ar e, finalmente, quando ia quase desistir, heis um humano:
- segurança, o senhor pode me informar onde fica loja ... (melhor não insistir no inglês)
- claro, no andar abaixo.

Como é bom falarmos a mesmo língua. Chega de máquina inútil. Desço pelas escadas e resolvo ir a pé para casa.





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