O barulho vem das construções. Por quem faz o mundo que não é feito para eles. Discriminados em seus empregos vulneráveis e correndo riscos no bater da marreta em solo de ferro latino americano. Na Europa sofrem menos preconceito mas da mesma forma são explorados. É a construção civil que faz a paisagem concreta das cidades.
As faixadas mudam como o tempo. Cores e estilos misturam-se na pós-modernidade. O andaime lembra o de antigas construções. Contraste da segurança oferecida com os sistemas de alarmes contra roubo e incêndio. Mas o construtor não faz parte da classe média. Sua segurança é o capacete e isso já não é necessário roubar-lhe mais.
A velha marmita amassada substituiu-se pelos sanduíches que já vem frio. Os cigarros são classe A - aludindo a casta que o sistema lhe garante. A família já não é a mesma desde que sua casa tem três televisores. Seu olhar já não é o mesmo desde que o maçarico lhe ardeu os olhos. Seus companheiros já não são os mesmos desde que as máquinas passaram a misturar o concreto e a furar o que era de aço - seu peito.