Não sou de aventuras. Gosto da coisas previsíveis, ainda que tragam no seu bojo um pouco de monotonia. Aqui e ali, uma surpresa boa para o tempero da vida. Nada de coisas abruptas, de fuga das regras mais ou menos flexíveis que servem de norte para minha existência.
Seguindo assim, sei que serei rotulado de medíocre, os leitores poderão concluir que sou quadrado. Não faz mal. Não tenho ambições de atingir os píncaros. Sou muito mais para um lugarzinho seguro nos alteplanos, onde possa ser notado sem as cores perigosas da inveja porque no meu íntimo, também, não cultivo tão baixa manifestação da alma humana.
Sigo escrevendo as minhas experiências com honestidade de propósito, filtradas pelas emoções que me sacodem o íntimo, caracterizadas pela visão que tenho do mundo.
Portanto, se você é daqueles que seguem os caminhos alternativos, as trilhas das emoções desconhecidas, a aventura insopitável que arrasta a alma para um torvelinho de frêmitos e frenesis, pode deixar de lado os meus garatujos e ir em busca de outro escriba.
Se, no entanto, você gosta de andar na bitola, como um comboio comportado que tenta não descarrilhar, pode seguir em frente, você está na leitura certa, grato por sua fidelidade.
