Creio que, cansado da solidão, seus neurónios tiveram um "curto-circuito"...
Vinham-lhe à cabeça imagens distorcidas da realidade.
Louco?
- Não!
Apenas um surto de insensatez, dessas que ignoram a verdadeira essência natural das coisas mais simples.
E deturpam o que devia ser belo... Sagrado.
Mas, como falar do "sagrado" a um herege, que na insanidade de momento, põe a perder o que de melhor tem dentro de si, ou o que se julgava ter...
Lembrei-me agora do cãozinho sarnento, que me acompanhou até a padaria.
Era, de um certo modo, feliz, por não saber que sua "sarna" enojava e causava piedade, ao mesmo tempo...
Mas o cão, inocente de sua aparência, abanava o rabinho com alegria.
Então, eu vos pergunto:
- Não teria, esse animal, mais merecimento do que certos "vermes humanos"?