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Cronicas-->Desculpas -- 31/01/2003 - 11:52 (A. Vicente) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
- Paulo, mora comigo?

Os olhos inquisidores de Fernanda nunca tinham me fitado daquela forma desde a primeira vez que os tinha visto. Aliás, nem sonhava que ela possuia essa faceta ocular. E o resultado foi óbvio. Gagueira, sudorese e uma vontade louca de me enfiar embaixo do edredon. Por quê ela tinha que inventar isso justo numa linda manhã de sábado, doze horas horas antes do meu vóo?

Comecei a pensar em toda a logística necessária para realizar o pedido que acabara de sair daquela boquinha de biscuit. Mudar de cidade. Mudar de emprego. Trazer minha coleção completa dos Beatles. Trazer meu peixe pra vir morar nessa cidade fria. Não, acho que o Henrique (meu peixe) não iria se acostumar. E aqui nem tem mar. Hum, tudo bem que apareço na praia uma vez na vida e outra na morte, mas ficar sem a possibilidade dessa alternativa de lazer me fez entrar em pànico.

Fazia uma semana que a gente tinha se encontrado. Você sabe como é. O negócio começa com troca de frases num chat, migra pro ICQ. Depois e-mail. Dá uma esticadinha pelo telefone e desemboca pro real. Doideira? Talvez. O problema maior é que eu estava gostando daquela bem bom. Uma mulher bonita, boa de cama e que não reclamava quando eu a levava pra jantar usando uma camiseta básica da Hering. Claro que nem tudo era perfeito, mas essa história de morar junto ia estragar tudo. O estresse ia começar, as cobranças também. Tudo iria ficar chato e no fim das contas alguém levaria um pé na bunda.

Pensei em inventar uma desculpa qualquer. Falar da não adaptação do Henrique não iria colar. Hum... uma doença terminal do meu avó: Olha, Nanda, eu adoraria ficar aqui com você, mas eu durmo com vovó e ele não pode ficar sozinho. Já foi a maior loucura ter vindo aqui. Pronto. Perfeito. Quer dizer, quase. Meus dois avós já morreram faz tempo. Droga. Vamos, desgraçado. Você sempre é criativo na hora de fazer varejão e nessa situação tão simples fica emperrando. Claro, como não pensei nisso antes? A desculpa da promoção iminente sempre colava pra qualquer coisa. Não, não. Seria muita covardia da minha parte. Sem dúvida, o melhor é contar a verdade de um modo...

- Então?
- Então o quê?
- Pó, não faz nem cinco segundos que te perguntei. Já esqueceu? Você mora comigo ou não? -
- Bem. Se você conseguir cancelar minha passagem.
- Assim que eu levantar da cama, ligo pro Léo resolver. Eu te amo, sabia? - Ela se deitou no meu peito e pegou no sono.
- É, eu também.

Beijei sua testa, fechei os olhos e dormi com um sorriso nos lábios.

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