Era bem em frente aos boxes de peixes, no Mercado municipal. Ali, onde a Rua Barão do Triunfo desemboca na Avenida Presidente Vargas. Era um terreno baldio, onde as carroças de frete faziam praça e muitos cavalos ficavam amarrados no tronco de uma imensa figueira.
Vez por outra, havia um mafuá ou mesmo mínicircos com alguma atração espetacular que fazia muito sucesso. O terreno era bem grande, mas devido não apenas à s carroças, cavalos e muitos caixotes da feira, em geral, os mafuás ficavam colados na parede da loja de sabão. A loja da portuguesa vendia também rações, pequenos animais e uma série de outros produtos.
Uma certa ocasião Monga, A Mulher Gorila, estréia com grande estardalhaço. O espetáculo consistia na transformação de uma bela mulher, seminua e enjaulada, em um feroz gorila. Um homem com um alto falante ia relatando a transformação enquanto ela se debatia dentro da cela. Surgiam pêlos em seu corpo até a transformação completa e, aos gritos, na tentativa de arrancar a barras de ferro, Monga a todos assustava.
Na aldeia só se comentava o medo que as pessoas tinham quando ela, transformada num gorila, ameaçava entortar as barras de ferro da jaula que a mantinha presa e partisse para cima de todos. Ela fazia uma maior algazarra e era um grande sucesso. Como ali havia muito movimento, era um tal de meninos ou mesmo mulheres atropelarem alguém, quando saíam em desabaladas carreiras, de dentro do mafuá. Uma vez o Paulinho e seu irmão gêmeo,o Reinaldo, que a gente só chamava de Ainha, quase atropelaram um burro com carroça e tudo, por causa de Monga.